ENVOLVIMENTO OU COMPROMETIMENTO? – aspectos práticos de chefes e líderes.

História antiga. Na década de 80 fervilhavam as discussões sobre as questões da Qualidade, Produtividade, Kaizen, Inovação… enfim, o ambiente totalmente propício as novas e modernas tecnologias de gestão do tipo TQC ou TQM, CCQ, Just in Time, Kanban, Manutenção Produtiva Total, Poka Yoke, Lean Manufacturing, Gerencia por Objetivos, entre outras várias denominações para um movimento só: Atingir níveis excelentes de produtividade e lucratividade nas empresas.

Num dado momento foi criada uma Cooperativa informal de Qualidade Total com especialistas da GM, VOLKS, BASF, SCANIA, PHILIPS, CST, e varias outras empresas paulistas, principalmente. A idéia sempre foi a de trocar e intercambiar informações no grupo para que tivéssemos um ganho de conhecimento mais rápido através de experiênciais reais.

Numa dessas reuniões, o nosso colega da GM, falava sobre a grande luta de competitividade entre a empresa nos EUA com os japoneses (os asíaticos de forma geral estavam somente observando a briga).

O desenho ao lado é a primeira parte da percepção do grande desafio na empresa naquela época. Simbolizava o modo geral das empresas americanas e ocidentais  focando o que poderíamos chamar de “compra de braços e pernas” ou manda quem pode, obedece que tem juízo. Esse modelo de chefiar pessoas sempre foi a marca das empresas em uma grande parcela delas. O ser humano em questão era visto (e ainda continua sendo, em muitas) como um mero recurso empresarial ou industrial. Uma certa denominação de Humanware.

Tom Peters, também nessa época, em seu célebre livro: In Search of Excellence, chamava a atenção para as empresas que focavam somente a tarafa – o colaborador e suas idéias era descartado pelo sistema rígido e prepotente do sistema vigente. Em seu livro e também em documentário em video, ele destaca as melhores práticas e chega a conclusão de que tudo dependia das pessoas.

Como a figura sugere, num segundo momento as empresas passaram a ter foco na cabeça dos funcionários: Programas participativos, Círculos da Qualidade, Thinking Groups, Caixas de sugestões, etc… E também os núcleos de engenharia industrial dentro das empresas para melhoria de resultados em produtos e processos. Já foi um grande avanço. Mas ainda faltava algo que se via nos concorrentes japoneses – ou seja, aquele maior COMPROMETIMENTO com as coisas empresariais…

Era preciso chegar no ponto 3 – O ponto do COMPROMETIMENTO, ou seja, maior interação entre corpo, mente e coração – a alegria de pertencer à aquela empresa em especial, e a forte adesão aos princípios de gestão e liderança que vieram a ser o grande XIS da questão. Não se tratava de uma ordem do tipo: Participem! Sejam comprometidos! Não, a questão sempre foi mais profunda, ou seja, o que se pretendia e ainda é válido para um grande número de empresas, ditas modernas, é que se criasse um AMBIENTE DE LIDERANÇA que podessem gerar o tão famoso COMPROMETIMENTO para que os desafios da concorrência, competitividade pela inovação e liderança de mercado pudessem ser conquistados com maestria e competência.

Esse post é dedicado a dois grandes amigos, o Luiz Carvalho da Tecvix e presidente do Sindifer, e também ao amigo e companheiro de engenharia, Fausto Frizzera da HKM. Estávamos juntos essa semana discutindo a tal “compra de braços e pernas” de funcionários pelas empresas brasileiras e assim se tornaram responsáveis por este artigo ter sido recuperado no meio de tantas outras experiências vivênciadas.

Concluindo, embora o tema seja vastíssimo (voltaremos mais adiante), lembro-me muito bem de alguns empresários que relutam em adquirir conhecimento para suas empresas – acham (devem ter suas razões) que o conhecimento é muito caro, os projetos educacionais e de capacitação são muito onerosos. Fazem a conta do conhecimento mas esquecem de fazer a conta da IGNORÂNCIA. Ignorância deve ser entendida na sua simplicidade ululante: retrabalho, perdas internas e externas, falhas nos processos, projetos mal concebidos, concorrências perdidas, baixa velocidade administrativa, estoques altos e estagnados… a lista é imensa.

Por fim, qual é a sua opção: CONHECIMENTO ou IGNORÂNCIA? – comprar Braços e Pernas ou Investir em COMPROMETIMENTO? Fica aqui o desafio.

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