BENCHMARK DAS NAÇÕES – por Pedro Costa Neto e João Mário Csillag

Muita coisa há por ser aprimorada em nosso país.

Temos ministérios em excesso, uma maquina administrativa inchada e uma burocracia infernal. Nossos processos políticos são absolutamente inadequados e a corrupção é um fato, assim como a impunidade. O crime organizado e o trafico de drogas prosperam. As políticas públicas e econômicas são ineficazes. A infraestrutura está sucateada. scientist working at the laboratoryTemos graves problemas habitacionais. A saúde e a educação estão em lastimável estado. a violência cresce e apavora as pessoas.

Diante desse quadro, por que não fazer “benchmarking” com quem possa conosco contribuir? Por que não adotarmos aqui o que de melhor existe e funciona nos países desenvolvidos?

Por que não pautar a nossa política econômica e industrial em modelos bem-sucedidos em outros países? Por que não usar para o nosso ensino básico ideias que deram certo em países como Japão e a Coreia do Sul? Por que não adotar, nas universidades, o modelo das americanas, inglesas e alemãs, que as colocam entre as melhores do mundo? Por que permitir que a criminalidade prospere, sem que nada se faça para impedi-lo, quando há casos de sucesso em seu combate?

Precisamos de vontade política, liderança, honestidade de propósitos e amplo esclarecimento da população para, no médio prazo, obtermos resultados extraordinários.

Mas o que vem a ser “benchmarking”?

Prática certamente conhecida e usada pelos bons executivos, o “benchmarking” pode ser entendido como um sistema para examinar pormenorizadamente procedimentos e práticas de gestão de empresas consideradas de excelência em determinado aspectos, comparando-as com a forma como são executadas na empresa em questão de modo a melhorar sua qualidade, produtividade e eficácia.

A Prática de “benchmarking” é hoje consagrada e adotada pelas empresas líderes no mercado mundial. Conforme mencionado em “Certificação em Engenharia de Qualidade”, obra coordenada por Evandro G. Lorentz, dentre os benefícios do “benchmarking” estão: o apoio às novas ideias e às práticas criativas; a motivação para a mudança – posto que métodos alternativos de sucesso são mostrados como por exemplo; e descobertas tecnológicas ou processuais que não seria facilmente reconhecidas pela organização.

“Benchmarking” não é espionagem, uma vez que é feito em comum acordo com o seu alvo , o “benchmark” .Inclusive, envolve a reciprocidade de revelações.

Mas o “benchmarking” poderia ser praticado por nações? Por países observando atentamente o que de melhor existe em Congêneres avançados, em termos de procedimentos administrativos e ações políticas, visando aprender com eles e aplicar na própria casa esse aprendizado, melhorando definitivamente os seus processos, com ganhos para o governo, empresas e seus cidadãos?

Por que não? Nenhuma nação amiga desenvolvida vai colocar obstáculos para que países menos adiantados tomem plena ciência de como são geridos seus processos nos diversos aspectos da sua administração.

O Brasil é um grande país, com todas as possibilidades de se projetar internacionalmente de forma positiva. Não pode ser estigmatizado e humilhado permanentemente por falta de administração eficaz. Usemos o “benchmarking” nessa enorme tarefa que há por realizar! 

 

Fonte: Academia Brasileira da Qualidade – ABQ. Pedro Costa Neto e João Mario Csillag, respectivamente, presidente e ex-presidente da ABQ.

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