Ferramentas, comportamento e Gestão – Os desafios da Inovação brasileira.

“Grandes descobertas e melhorias invariavelmente envolvem a cooperação de muitas mentes”  Alexander Graham Bell

Brainstorming – uma maneira prática de criar e inovar

O conceito de brainstorming foi criado por Alex Osborn nos anos 30, na área da publicidade. Um brainstorming é uma reunião destinada a incentivar a tal libertação da atividade mental, sem restrições. Embora se possam fazer brainstormings individuais, o resultado é normalmente mais fraco, visto que um indivíduo por si só facilmente se limita. Esta técnica funciona tão bem porque, entre outros motivos, “ideias puxam ideias”. As ideias dos outros são por vezes pontos de partida para as nossas melhores ideias.

O uso do Brainstorming nos Grupos de Melhorias Contínuas (Kaizen), Círculos de Controle da Qualidade (CCQ), Times da Qualidade, Grupos Zero Defeitos e tantas outras práticas de equipes de alta performance é um acontecimento bastante comum e necessário, tanto para o levantamento de problemas como também para a solução de problemas selecionados, daí resulta uma série de melhorias de processos, produtos e inovações.

“A melhor forma de ter uma boa ideia é ter muitas ideias.” Linus Pauling

Brainstorming na prática

O Brainstorming é um método de geração coletiva de novas ideias através da contribuição e participação de diversos indivíduos inseridos num grupo. A utilização deste método baseia-se no pressuposto de que um grupo gera mais ideias do que os indivíduos isoladamente e constitui, por isso, uma importante fonte de inovação através do desenvolvimento de pensamentos criativos e promissores.

As sessões de brainstorming podem ser estruturadas de uma forma rígida em torno de determinado objetivo ou de uma forma totalmente livre, dependendo dos gestores de topo. Contudo, para encorajar a participação e a criatividade, os gestores tendem a dar total liberdade e a não emitir críticas nestas sessões. Evitando-se estas interferências a produção do grupo tende a ser amplificada e significativa no atingimento dos propósitos.

Após a sessão de brainstorming, onde poderão ser geradas dezenas ou centenas de ideias, é necessário efetuar escolhas retirando todas as que não se adequarem aos objetivos, às capacidades financeiras, técnicas ou administrativas da organização.

Um ferramenta chamada GUT (Gravidade, Urgência e Tendência) constituída de uma matriz de notas pode ser usada para priorizar as ideias do Brainstorming. Esta ferramenta é parte da metodologia Kepner e Tregoe (Método KT) muito utilizada em sua abordagem de levantamento e solução de problemas. Durante anos, a Cia Siderúrgica de Tubarão, hoje ArcelorMittal utilizou, até de forma pioneira, a matriz GUT em seus grupos de CCQ e ZD. Também a Vale em sua unidade de Tubarão fez uso massificado do GUT nos seus projetos.

 

Mapas Mentais, Criatividade e Inovação

A criação de mapas mentais, ou simplesmente a organização de ideias obtidas durante um brainstorming. Contribui significantemente para construção de um sistema otimizado para disposição das informações coletadas.  Os itens dos mapas mentais podem ser relacionados, permitindo uma visualização melhor de ideias, conceitos, tarefas e tantas outras atividades relacionadas, tendo como resultado final uma contextualização gráfica visual com grande clarificação e visão sistêmica das ideias.

A teoria dos mapas conceituais foi desenvolvida na década de 70 pelo pesquisador Joseph Novak, com base na teoria da aprendizagem significativa. O pesquisador define mapa conceitual como uma ferramenta para organizar e representar o conhecimento. Os conceitos ficam dispostos em caixas e as relações entre eles são especificadas por meio de frases de ligação, que unem cada um dos conceitos.  Inclusive hoje existem diversos aplicativos de tecnologia da informação que facilitam a criação e construção de designs de mapas mentais. Temos uma experiência prática no estado do Espírito Santo quando dos estudos iniciais do Mapa da Inovação, sistematizado com base na metodologia do Mapa Mental.

Gurus e empresários de sucesso são unânimes na identificação de oportunidades inovadoras em suas formulações. Uma atitude prioritária tem sido a busca de como criar e capitalizar (metas de resultados) sobre a melhor forma de uma Gestão da Inovação nas empresas, promovendo diferencial e avanço competitivo.  No entanto, eles afirmam que qualquer ideia em uma organização (não importa o tamanho) é essencialmente inútil, a não ser que ela contribua e agregue valor ao sucesso empresarial. Quando presidente da FAPES (Governo do ES), o seu presidente, Prof. Anilton dizia com propriedade que “Inovação é o ato de gerar nota fiscal”, ´portanto fica claro a diferença entre Criatividade (ser criativo) e Inovação (Resultados reais).

Mudar leva tempo !!! Essa afirmativa é unânime em vários dos autores que tratam dos processos de mudança nas organizações. Mas também é unânime afirmar, que no novo panorama mundial atual, marcado por uma crise globalizada, exigirá mudanças cada vez mais rápidas, as organizações precisam se renovar a cada dia, senão não conseguirão sobreviver neste momento de relações tão conturbadas. Prega-se a aquisição de novos conhecimentos a todo custo, inflando a busca desenfreada pela qualificação e deixando para trás aqueles que não se preocuparam – e que muitas vezes já nem têm mais condições de se preocupar – em ser flexíveis e adaptáveis às mudanças.  Recomendamos também a leitura do livro “Feiras para Durar” de James C. Collins e Jerry Porras –

Uma das principais barreiras à inovação são: isolamento da administração de topo, intolerância para as diferenças, interesses ocultos, encurtamento dos horizontes de tempo, imposição do pensamento racional, incentivos inadequados e burocracia excessiva. Muitos desses fatores são comuns em estruturas organizacionais complexas, principalmente em organizações com longo tempo de vida/existência.

O que fazer?

A proposta reside em especial na criação de ambiente propício ao processo da criação e inovação na empresa. Existem recursos externos de programas de Governo, Agências, Bancos de Desenvolvimento, investidores anjos e muitas outras modalidades, e entre elas os prêmios estaduais, empresariais e nacionais direcionados às empresas inovadoras.

Não faltam especialistas e também cursos e eventos para a formação de líderes inovadores.

Temos quase tudo para chegar perto de países que estão no topo do ranking da inovação no mundo.

Notícia veiculada na mídia, Julho de 2017: “O Brasil ficou na 69ª posição no Índice Nacional de Inovação, elaborado pela Universidade de Cornell, pela escola de negócios Insead e pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Foram analisadas 130 economias e o Brasil ficou estagnado em relação ao índice do ano passado. A Suíça lidera o ranking pelo sétimo ano consecutivo.”

Tudo vai depender das nossas lideranças e sua capacidade de ver o futuro e investir nesta caminhada. Ao governo espera-se que não reduza os investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação e pelo contrário, faça novos investimentos visando reduzir a taxa de produtos de baixo valor agregado e fazer diferença no mercado.

Este artigo foi organizado, ilustrado e coordenado por Getulio A. Ferreira e teve também a colaboração do amigo, consultor organizacional, Rodolfo Maiandi

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