GESTÃO HUMANA E RESULTADOS

Desenvolvimento humano é chave dos futuros modelos de gestão

Os maiores especialistas em gestão do mundo defendem liderança com olhos atentos ao indivíduo

Uma sociedade diferente e com novos valores exige novas respostas quando o assunto é gestão. O Thinkers 50 selecionou este ano, pensadores do mundo todo que demonstram em seus trabalhos alguns fatores em comum: conceitos de gestão e liderança mais humanos e flexíveis; atenção especial aos desafios e quebra de paradigmas para adquirir inovação e cultura digital nas empresas.

O consultor americano Jim Collins, eleito o quarto pensador mais influente de 2011 pela pesquisa, é o criador do processo entitulado “Good to Great”, sob o qual propõe a construção de organizações com excelência e orientação para o desenvolvimento pessoal a partir de quatro passos:

1.    Pessoal disciplinado: aqueles que querem construir grandes organizações devem assegurar que as pessoas certas façam parte da missão. Por isso, excluir as pessoas erradas e garantir que as pessoas certas estejam no lugar correto, na visão de Collins é garantir que a condução desse processo seja feita por “líderes nível 5”, ou seja, por aqueles que possuem ambição no contexto corporativo, humildade e ao mesmo tempo vontade de construir;

2.    Pensamento disciplinado: aqueles ao encargo de grandes organizações devem demonstrar a fé de que as coisas ao final darão certo, mas ao mesmo tempo precisam estar preparados para confrontar a realidade, por mais brutal que essa possa parecer;

3.    Ação disciplinada: sob a “cultura de disciplina” de Collins, pessoas não têm funções, mas sim responsabilidades. Para ele, não há milagres e sorte, mas sim pequenos “empurrões” que giram uma engrenagem até o momento onde essa possa romper barreiras;

4.    Grandeza construída para durar: Collins comenta que a grandeza está em criar organizações que possam ser bem sucedidas durante muitas gerações de líderes. Desse ponto de vista, permanecer dependente de uma liderança única e carismática para crescer pode ser um problema. A regra é “modifique tudo exceto aqueles valores primordiais”, comenta o consultor.

Uma posição mais humana e próxima dos líderes não é uma filosofia defendida apenas por Collins. Marcus Buckingham, autor de best-sellers na área e especialista em treinamento executivo, foi eleito como o oitavo guru mais influente pelo Thinkers 50 deste ano, e defende uma gerência mais atenta aos colaboradores, que trabalhe impulsionada por quatro demandas:

•    Seleção: o líder deve escolher as pessoas certas para cada um dos papéis que deseja preencher;
•    Clareza:
deixe claro o papel de cada colaborador e como os pontos fortes de cada um deles contribuem em sua concepção do que é o sucesso;
•    Engajamento: o gestor deve perceber que fatores motivam e estimulam os pontos fortes de cada colaborador, assim como ocorrências que possam disparar suas fraquezas;
•    Aceleração: conhecidas as virtudes e fraquezas de cada um dos membros da equipe, o gestor deve proporcionar aceleração, concedendo aquilo que motive e removendo obstáculos que levem à exposição de fraquezas.

Individualidade: a palavra-chave

Jim Collins e Marcus Buckingham concentram suas teorias na capacidade que o tem de motivar, entender, recompensar e punir.

Porém, outros pensadores como Gary Hamel, Tom Peters e o indiano Vineet Nayar, focam suas análises no potencial individual e nas relações humanas que surgem em resposta a uma crise, seja financeira ou de gestão.

fonte: Portal HSM
28/11/2011

Comentário do blog: Nos anos 80/90 florescia em todo o mundo a partir do Japão a filosofia do CWQC – Company Wide Quality Control, que mais tarde foi rebatizada de TQC – Total Quality Control, sob influencia de Deming e Juran, os grandes gurus da administração moderna com foco na qualidade total. O grande destaque para esta nova era na administração sempre foi o Ser Humano, e a gestão da qualidade no modo japonês provou ao mundo inteiro, através do sucesso de suas organizações que o sistema “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, estava com os seus dias contados. O que se viu a partir daí foi uma profusão de consultores em todo o mundo com novas teorias e novas nomenclaturas para dizer o que na prática já era resultado na escola japonesa, que com disciplina e criatividade soube muito bem, aprender o dever de casa com os 2 citados gurus americanos. Enfim, continua tudo válido, e o mais difícil será sempre implantar os conceitos pois dependerá das lideranças obstinadas pelo desenvolvimento humano como base para a produtividade e prosperidade.

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