Economia

Fim do pedágio na Terceira Ponte deve valorizar imóveis em Vila Velha

Com a suspensão da cobrança do pedágio da Terceira Ponte, a expectativa de corretores e empresários do setor da construção civil é de que haja uma maior valorização imobiliária em Vila Velha.

De acordo com o presidente da Francisco Rocha Imóveis, Francisco Rocha, ainda é precoce falar em números e crescimento imobiliário na cidade, mas, levando em consideração que o município possui bastante oferta de imóveis com o metro quadrado mais atraente que na capital, Vila Velha deixará de ser cada vez mais considerada cidade-dormitório.

“Poder ir e vir sem ter que pagar essa tarifa fará com que se amplie a margem de compra de um imóvel em outro município. Muita gente escolhia morar perto do trabalho e da escola dos filhos para não ter custos extras com pedágio, e agora com esse ‘entrave’ extinguido, associado à ótima oferta de imóveis no local, acredito que as pessoas deverão buscar mais empreendimentos na região canela-verde, afinal o município de Vila Velha fica somente a 12 quilômetros de distância da Capital e essa decisão vem ‘encurtar’ ainda mais essa distância”, avalia Francisco Rocha. 

Já o presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Espírito Santo, Ary Bastos, a qualidade de vida, com menos engarrafamentos no ponte, pode contribuir para mais pessoas se interessarem em morar em Vila Velha.

“Já vi pessoas querendo deixar de morar em Vila Velha por conta das grandes filas do pedágio. Tendo menos trânsito agora, sem a cobrança, pode fazer essas pessoas repensarem a ideia de sair de Vila Velha. Sem trânsito, as pessoas têm mais qualidade de vida. Estamos com uma boa expectativa, o fim do pedágio foi muito recebida pelo nosso setor”, disse bastos.

Já o economista e professor da UVV, Mário Vasconcelos, teve cautela ao comentar uma possível valorização em Vila Velha unicamente por causa do fim da cobrança do pedágio.

“Os imóveis em Vila Velha têm uma valorização maior do que em Vitória. Há faculdades no município, novos shoppings e isso é um atrativo. O fim do pedágio pode ser mais uma variável, mas não acho muito significativo por enquanto. É muito cedo ainda pra afirmar isso, vamos ver mais para frente”, disse o economista.

Auditoria

Na semana passada a equipe técnica do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCE-ES) finalizou o relatório da primeira fase da auditoria no contrato entre o Governo do Estado e a concessionária Rodosol. O órgão sugeriu que o contrato fosse suspenso, já que o valor para a construção da ponte já tinha sido quitado. Ao todo, a empresa se beneficiou de quase R$ 800 milhões com o contrado ao longo dos 15 anos.

Suspensão

O pedágio da Terceira Ponte está suspenso desde a tarde da última terça-feira (22). A decisão foi anunciada pelo governador Renato Casagrande (PSB), após análise do relatório inicial apresentado pelo TCES sobre auditoria no contrato de concessão da Rodosol.

Contrato

Caso as irregularidades no contrato com a Rodosol, apontadas pelo TCES (Tribunal de Contas do Espírito Santo), sejam confirmadas, o governo poderá suspender definitivamente a concessão. De acordo com o Procurador-geral do Estado, Rodrigo Júdice, um processo administrativo vai analisar cada um dos apontamentos feito pela Corte.

Pontos moeda