Economia

FGV: construção impediu queda maior do IGP-DI em abril

Rio - A forte desaceleração do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi influenciada tanto pelos preços no atacado quanto no varejo. Por outro lado, o custo da construção pressionou o indicador e impediu que a taxa recuasse ainda mais. O IGP-DI subiu 0,45% em abril, menos de um terço do resultado de março, que foi de 1,48%, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta quarta-feira, 7.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,27% em abril, após alta de 1,91% no mês anterior. A desaceleração veio de todos os estágios de processamento e de ambos os tipos de origem (agropecuária e industrial).

Nos bens finais, cuja taxa passou de 2,71% para 1,34% entre março e abril, o principal responsável pela desaceleração foi o subgrupo alimentos in natura (19,34% para 6,14%). A batata inglesa, ainda como destaque de elevação, avançou 29,64% no mês passado, mas com menos força do que os 57,72% da apuração referente a março.

O índice do grupo de bens intermediários teve queda de 0,12% em abril, ante alta de 0,69% no mês anterior. A principal influência veio do subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 0,76% para -0,43%.

Entre as matérias-primas brutas, a alta de 2,45% de março se converteu em queda de 0,52% em abril. Contribuíram para este comportamento o café em grão (22,54% para 0,55%), a soja em grão (2,76% para -1,54%), os bovinos (4,58% para 2,48%) e o milho em grão (10,83% para -0,16%). Por outro lado, aceleraram suínos (-5,48% para 2,93%), cana-de-açúcar (1,18% para 2,36%) e leite in natura (3,99% para 5,83%).

Consumidor

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,77% em abril, após o avanço de 0,85% no mês anterior. Apesar da desaceleração, o índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, aumentou para 75,15%, ante 69,23% em março.

Segundo a FGV, três das oito classes de despesa desaceleraram. O destaque foi Educação, Leitura e Recreação (0,94% para -0,77%), influenciado por passagens aéreas (13,66% para -29,31%). Também desaceleraram os grupos Alimentação (1,66% para 1,42%), com contribuição de hortaliças e legumes (21,79% para 3,76%), e Transportes (0,69% para 0,51%), puxado pela gasolina (0,84% para 0,48%).

O grupo Comunicação repetiu a taxa registrada em março, 0,05%. Em contrapartida, ganharam força os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,49% para 1,40%), Habitação (0,56% para 0,65%), Vestuário (0,63% para 0,90%) e Despesas Diversas (0,26% para 0,48%). Os itens que mais contribuíram foram medicamentos em geral (0,04% para 2,46%), tarifa de eletricidade residencial (-0,04% para 1,30%), roupas (0,80% para 1,15%) e clínica veterinária (0,78% para 1,95%), respectivamente.

Construção

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, em abril, alta de 0,88%, consideravelmente acima do resultado do mês anterior, de 0,28%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços subiu 0,77%, ante 0,57% em março. Já o índice que representa o custo da Mão de Obra aumentou 0,99%, ante alta de 0,01%, na mesma base.

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