Economia

Estaleiro Jurong Aracruz deve entregar a primeira sonda construída no ES em 2015

A primeria sonda deve chegar ao Estado em 2015 Foto: TV Vitória

Entre as melhorias na estrutura dos portos capixabas, a quarta reportagem da Série “Logística é a solução”, exibida nesta quinta-feira (22), no programa ES no AR da TV Vitória/Record, mostra os projetos para o complexo portuário do Espírito Santo e a briga para trazer o Porto de Águas Profundas para o Estado. 

As grandes estruturas estão começando a tomar forma e já tem muito quebra-quebra nos galpões onde serão construídos, em breve, navios sonda e plataformas de petróleo. 

Em 2015, o Estaleiro Jurong Aracruz deve entregar a primeira sonda construída no Espírito Santo. “Um novo ciclo para a economia do Estado, porque é o primeiro estaleiro a ser implantado no Estado. Traz toda uma tecnologia nova e toda uma cadeia produtiva de óleo e gás para o Estado”, disse a diretora de relações institucionais do EJA, Luciana Sandri.  

O estaleiro ocupa uma área de 82 hectares, com instalações dedicadas à realização de construção, manutenção e reparos. O principal foco será o fornecimento de sondas de perfuração e navios-plataforma para os campos do pré-sal. O investimento total é de cerca de R$ 800 milhões. 

O Grupo Empresarial de Singapura não é o único a enxergar no litoral capixaba excelentes oportunidades de negócio. Nos últimos anos, as vantagens naturais, o ambiente político e as perspectivas de desenvolvimento atraíram investidores não só do Brasil, mas também no exterior. Outros seis terminais devem ser construídos no litoral capixaba nos próximos anos com um investimento total de R$ 13 bilhões.

Ainda no município de Aracruz, outros dois empreendimentos devem ampliar a estrutura logística do Estado. Em Barra do Riacho, a Imetame Logística vai construir um terminal industrial em uma área de 354 mil metros quadrados. O investimento dessa obra é de R$ 260 milhões.

Uma empresa da Noruega também está estudando a instalação de um terminal de granéis líquidos em Barra do Riacho. Segundo o prefeito de Aracruz, o município tem trabalhado para ser referência em logística. “Aracruz está na bacia do Rio Doce. Nós temos empreendimentos na ordem de R$ 113 bilhões para o estado do Espírito Santo. Segundo o Instituto Jones dos Santos Neves, só na microrregião do Rio Doce  nos próximos anos, deve ser em torno de R$ 25 bilhões e grande parte desses investimentos será no município de Aracruz. Voltam-se mais ainda os olhos do Governo para o Estado para ajudar a construir alternativas para que Aracruz tenha uma condição de poder receber esses empreendimentos importantes que estão vindo para o Estado".

Em Linhares, o Grupo Manabi do setor de mineração e logística, vai construir o Porto Norte capixaba. No Sul do Espírito Santo, a empresa C-port Brasil Logística Offshore está de olho na cadeia do petróleo e gás. A empresa planeja investir R$ 1 bilhão na construção de uma base logística de 140 hectares na região da Praia de Gamboa, município de Itapemirim, que deve receber outro terminal.

Um grupo brasileiro vai investir R$ 450 milhões para erguer o Itaoca Offshore, um terminal privativo de apoio à indústria de petróleo e gás. Ainda no litoral Sul, em Presidente Kennedy deve ser erguido um terminal portuário de águas profundas. Batizado de Porto Central, o empreendimento é fruto de uma parceria entre o Porto de Roterdã da Holanda e um grupo de empresários locais com experiência nas indústrias de mineração e offshore. “Sem o porto central é o maior empreendimento que a gente tem hoje no Estado. O investimento é cerca de R$ 4 milhões e ele realmente supri a necessidade do transporte de contêineres no Estado. Então ele viria suprir o que a Condesa hoje não consegue exportar, já que ela está limitada pelo tamanho dos navios e esses navios maiores seriam atendidos pelo Porto Central”, disse a Subsecretária Estadual de Comércio Exterior, Mayara Chaves. 

A grande disputa no momento é pelo Porto de Águas Profundas que deve ser construído pelo Governo Federal. Entre os especialistas, é consenso que o Estado precisa de um novo terminal capaz de receber grandes navios. Porém, o que não é consensual é o local do empreendimento. Por enquanto, Vila Velha está levando vantagem na disputa.  “A principal informação é a definição por parte da Codesa e Governo Federal de que Vila Velha é o local mais viável para a construção de um super porto. Nós estamos esperando ansiosos o anúncio do Governo Federal para começar a fazer o licenciamento e planejar toda a infraestrutura para receber esse empreendimento”, ressalta do Prefetio Rodney Miranda. 

Mas o município da Serra ainda não desistiu da disputa e apresenta seus argumentos. “Eu acho que há espaço para todos. Eu me lembro que há 20 anos quando construíram o shopping aqui no Estado, eles falavam que não tinha espaço para um shopping, olha hoje quantos shoppings nós temos. Cabe a questão de estudos de viabilidade para ver se tem realmente condições. Nós entendemos que o município da Serra é a melhor alternativa”, disse o Secretário de Desenvolvimento Econômico da Serra, Everaldo Colodetti. 

Na opinião dos especialistas, independentemente do município que vai receber o empreendimento, o fato é que o Espírito Santo precisa logo de um Porto de Águas Profundas ou pode ficar de fora do comércio internacional. “Vai perder a chance de aproveitar esse grande potencial que são os serviços de transporte, o serviço de escoamento da produção e o Espírito Santo tem potencial para isso. Cabe ver se ele vai aproveitar o espaço que está reservado e construir efetivamente e aproveitar essa oportunidade”, ressalta a profª drª, Arilda Teixeira. 

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