FGV: Produtos industriais caem menos no IGP-DI de junho

Rio - Os preços dos produtos agropecuários no atacado acentuaram o ritmo de queda em junho, mas foram contrabalançados pelo recuo menos intenso nos itens industriais. Com isso, a deflação de 0,63% registrada no Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), mais forte do que a redução de 0,45% em maio, se deveu também a aumentos menores no varejo e no âmbito da construção.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 1,21% em junho, mesma taxa observada um mês antes. Mas o comportamento em diferentes estágios de processamento foi distinto. Nas matérias-primas brutas, houve queda mais intensa no mês passado, de 2,21%.

Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), desaceleraram soja (0,90% para -0,31%), cana-de-açúcar (0,85% para -1,29%) e café (-3,01% para -8,56%). O minério de ferro caiu menos, mas ainda ficou no campo negativo, com taxa de -5,02%. Por sua vez, ganharam força aves (-4,38% para 0,57%) e bovinos (-0,79% para 1,05%).

Nos bens finais, a queda de 1,32%, também mais intensa do que em maio, foi puxada pelos alimentos processados. A taxa do grupo passou de 0,04% para -0,62%. Nos alimentos in natura, também houve contribuições, como o tomate (25,60% para -27,47%).

Os bens intermediários, por sua vez, arrefeceram o ritmo de queda, para -0,25%, diante dos recuos menos intensos em produtos ligados à indústria. Segundo a FGV, o subgrupo materiais e componentes para a manufatura acelerou de -0,72% para -0,52%.

A queda de 0,63% no IGP-DI de junho é a mais intensa desde julho de 2009. Naquele mês, o recuo foi de 0,64%, de acordo com informações do Ibre/FGV.

Na comparação apenas com meses de junho, o recuo do mês passado foi o maior desde 2003, quando a queda foi de 0,70%, segundo a série histórica.