Economia

FGV fala em PIB de serviços negativo no 3º trimestre

Redação Folha Vitória

Rio - A queda na confiança no setor de serviços no terceiro trimestre deste ano afasta as chances de um resultado positivo no Produto Interno Bruto (PIB) do período, afirmou o economista Silvio Sales, consultor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), nesta quarta-feira, 01. Embora a sondagem englobe apenas metade dos segmentos que compõem o PIB de serviços, o indicador tem se mostrado um termômetro bastante fiel da atividade. No terceiro trimestre, houve recuo de 5,3% na confiança na margem. "Essa nova queda trimestral mostra grande possibilidade de que o próximo PIB de serviços também dê abaixo de zero", disse Sales. "A combinação de um momento atual desfavorável com queda mas expectativas, ainda que de forma mais suave, reforça a perspectiva de baixo crescimento até para o quarto trimestre. Não há perspectiva de que a curva da confiança vá mudar de sinal."

Além disso, o setor já aponta para um esfriamento no mercado de trabalho. O índice de emprego previsto caiu 4,3% no mês passado, para 100,0 pontos - um nível limite, já que pontuação menor que essa indicaria fechamento de postos. "Isso é importante porque o mercado de trabalho ainda é uma área com bons resultados, e os serviços são o maior empregador", frisou o economista.

Pontualmente em setembro a confiança de serviços caiu 3,2%, menor nível desde março de 2009, numa disseminação de empresários que se autodeclararam pessimistas. Quem mais contribuiu para o resultado foram os serviços prestados às empresas (-3,5%), os serviços de informação (-2,4%), os serviços de transporte (-6,2%) e os serviços prestados às famílias (-6,3%). "Parece que há uma percepção de nova moderação no consumo. Do lado das famílias, pesa o endividamento, a incerteza em relação ao emprego e o menor crescimento da renda, enquanto para as empresas pesa o ritmo atual dos negócios", avaliou Sales.

De acordo com o consultor, a incerteza combina, além do desempenho da economia, um componente político, diante da proximidade das eleições e dos sinais que elas podem trazer a respeito da condução do País em 2015. O peso da questão política é maior ainda no caso de pequenas empresas. "A impressão que se tem é de que 2015 será um ano mais difícil que este, e isso pode estar na base da avaliação do pequeno empreendedor", explicou Sales.

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