Economia

Pesquisa revela que jovens brasileiros preferem emprego estável a abrir próprio negócio

O estudo, em sua segunda edição, revela também que esses jovens estão satisfeitos com o que alcançaram até agora, mas não perdem o foco na conquista de uma carreira bem-sucedida

A pesquisa realizada pela Telefónica mostra ainda que os jovens estão mais otimista com relação ao país.  Foto: ​

Uma pesquisa da Telefónica com mais de 6.700 jovens entre 18 e 30 anos – em 18 países na América Latina, Estados Unidos e Europa mostra que o otimismo é a grande marca da geração do milênio no Brasil. O estudo, em sua segunda edição, revela também que esses jovens estão satisfeitos com o que alcançaram até agora, mas não perdem o foco na conquista de uma carreira bem-sucedida, ou em abrir seu próprio negócio. 

Na visão desta geração, a tecnologia, principalmente a móvel, é uma aliada fundamental. Os Millennials brasileiros, como é conhecida essa geração, também acreditam que os virão melhores anos do Brasil, mas não deixam de lado as críticas sobre o que consideram importante no atual momento.

O otimismo do brasileiro é uma qualidade ressaltada pelos próprios entrevistados com 94% deles se enquadrando, em maior ou menor grau, nesta qualidade (61% se dizem muito otimistas e 33% um pouco otimistas sobre o futuro). 

Além disso, 87% dos Millennials brasileiros estão satisfeitos com suas vidas e 76% dos pesquisados acreditam que os melhores dias do Brasil ainda estão por vir.

Os jovens acham que o Brasil será um importante motor para o crescimento regional (73%). E isso poderá significar muito, uma vez que consideram que América Latina tem grande potencial e, na avaliação de 38%, será a segunda região em expansão nos próximos 10 anos. Em primeiro lugar, está a América do Norte (43%).

Confiantes, 71% dos Millennials entrevistados no país acham que podem fazer a diferença localmente e 51% vão mais além e apostam que suas trajetórias podem gerar, em algum nível, um impacto positivo globalmente.

Para 55% dos entrevistados, a melhor forma que os jovens têm para ajudar a fazer a diferença em suas comunidades locais é usar redes sociais como instrumento para documentar, denunciar e divulgar. Quando se trata da influência sobre sua própria formação, a geração do milênio coloca a família em primeiro lugar (79%). Em seguida, enxergam contribuições da educação escolar (66%) e religião (41%).

Convidados a imaginarem como estariam em 10 anos e o que gostariam de ter nesse caso, 43% escolheram um emprego estável com bom salário enquanto 20% ambicionam pelo próprio negócio e 17% preferem se dedicar ao sonho de comprar uma casa. Casar e ter filhos são coisas que estão entre as prioridades de apenas 7% e 8%, respectivamente. A ambição de ter o próprio negócio tem destaque na América Latina, com 26% das respostas, contra 8% nos Estados Unidos e 6% na Europa Ocidental.

Os Millennials brasileiros são otimistas sobre o futuro, mas suas preocupações sobre educação e corrupção são mais fortes que as verificadas em outras regiões do mundo. Na avaliação de 46% dos entrevistados no país, a corrupção é o principal problema a ser enfrentado pelo Brasil e pelo mundo. E 83% dizem que ela é o maior empecilho para o crescimento do país, ao lado de desigualdade social (59%), inflação (56%) e lideranças políticas (49%).

No que diz respeito à educação, 75% se mostram insatisfeitos com o sistema de ensino. Este índice está acima da média da América Latina, que é de 57%. Para 70% dos entrevistados no Brasil, o sistema de ensino é o principal aspecto da infraestrutura do país que o governo deve se concentrar em melhorar. E eles dizem que os três primeiros itens relacionados à educação que precisam melhorar são acesso à tecnologia (72%), qualidade dos professores (70%) e universalização do ensino (68%).
 
“A pesquisa nos mostra que os Millennials são otimistas e conectados com a tecnologia e com o mundo à sua volta, além de ser uma geração interessada em contribuir para a melhoria da sociedade em que vivem”, afirma Gabriella Bightetti, diretora-presidente da Fundação Telefônica.

Carreira no exterior 
A perspectiva de trabalhar no exterior entusiasma 77% dos Millennials brasileiros que se interessam em ganhar perspectiva de mundo (60%) e exposição a diferentes culturas (54%).

Um dos consensos entre Millennials é a adoção da tecnologia móvel. No Brasil, 78% dos entrevistados se consideram na vanguarda da tecnologia e possuem um smartphone. Em relação a tablets, o índice é de 42%. Em 2013, esses percentuais eram, respectivamente, 63% e 24%. E outras plataformas e produtos entram no mundo dos Millennials, como SmartTV (35%) e dispositivos wearable (27%). 

A pesquisa global da geração do milênio da Telefónica foi lançada nesta segunda-feira (13) durante a Futurecom, em São Paulo, Brasil, com Carlos López Blanco, diretor global de Assuntos Públicos e Regulatórios da Telefónica; Gabriella Bightetti, diretora-presidente da Fundação Telefônica; Alec Ross, ex-conselheiro sênior de inovação da secretária de Estado Hillary Clinton, autor e pesquisador sênior da Universidade Columbia, em Nova York; e a milleniall Carla Mayumi.
 

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