Economia

Petrobras reajusta gasolina em 3% e diesel em 5% a partir da meia-noite

O reajuste incide sobre os preços da gasolina e do diesel cobrado nas refinarias, mas sem afetar os valores dos impostos sobre estes combustíveis (Cide e PIS/Cofins e o estadual ICMS)

Redação Folha Vitória
O aumento começa a valer a partir da meia-noite desta sexta-feira. Foto: Agência Brasil

A Petrobrás informou nesta quinta-feira, 6, que reajustará o preço de venda da gasolina em 3% e do diesel em 5% nas refinarias. O reajuste vale a partir da meia-noite desta sexta-feira, 7. Este foi o sétimo reajuste no preço dos combustíveis praticado no governo Dilma. O primeiro foi em novembro de 2011. Desde novembro do ano passado não havia reajuste.

O reajuste incide sobre os preços da gasolina e do diesel cobrado nas refinarias, mas sem afetar os valores dos impostos sobre estes combustíveis (os tributos federais Cide e PIS/Cofins e o estadual ICMS).

O economista Étore Sanchez, da LCA Consultores, acredita em repasse integral do reajuste feito nas refinarias para as bombas dos postos de gasolina. "Isso aconteceu no último reajuste (novembro de 2013) e deve se repetir", diz. Ou seja, o consumidor também deve pagar 3% a mais para reabastecer seu automóvel. De acordo com ele, o impacto da medida será de 0,15 ponto porcentual na inflação de 2014. Seus cálculos apontam para alta média dos preços na casa dos 6,6% ao ano, acima do teto da meta oficial de inflação, de 6,5%.  

Etanol
O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, presidente do conselho deliberativo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), afirmou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que o reajuste de 3% da gasolina nas refinarias não deve melhorar a margem do etanol, mas o repasse da alta de 5% no valor do diesel ampliará os custos do setor. 

O diesel é o combustível mais utilizado em tratores e caminhões na produção e transporte, tanto da cana quanto do etanol por parte das usinas.

"O aumento diesel é mais custo para o nível de rentabilidade do etanol e essa alta não beneficia nada", disse Rodrigues, destacando que a principal demanda do setor no curto prazo é o retorno da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina. 

Entenda o contexto. Desde o governo Lula, por não dar conta da demanda, a Petrobrás compra combustível fora do Brasil para atender o mercado interno. Mas, como o governo mantêm os preços do setor represados (ou seja, não repassa eventuais aumentos de custos), a Petrobrás vem cobrando menos de seus clientes em relação ao que pagava para importar matéria-prima.

Esse descompasso de preços é apontado pela maior parcela dos investidores como responsável pela deterioração das finanças da empresa. Dados mais recentes divulgados pela Petrobrás dão conta de endividamento de 40% do patrimônio. A taxa está acima do limite pretendido pela empresa, de 35%, e ameaça o grau de investimento concedido pelas agências de classificação de risco.

A defasagem dos últimos anos entre os preços da gasolina praticados no Brasil e no exterior, no entanto, se inverteu na última semana. Em setembro, o combustível era 21% mais caro no mercado americano em relação aos preços praticados no País. Sexta-feira, 30, a gasolina vendida pela Petrobrás estava 5% mais barata na mesma comparação.

Esse movimento têm três explicações: (1) a queda recente dos preços do petróleo no mundo todo; (2) o inverno nos Estados Unidos, que leva as pessoas a saírem menos de casa e, portanto, a derrubarem o preços dos combustíveis via queda de consumo; e (3) a valorização do real em relação ao dólar na última semana, de 4,59%. (Com informações da Agência Estado)

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