Economia

Câmbio e petróleo são riscos para emergentes, diz BIS

A avaliação é do chefe do Departamento Monetário e Econômico do Banco de Compensações Internacionais. A dupla é apontada como grande ameaça à economia

Redação Folha Vitória
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São Paulo - A volatilidade do mercado de câmbio e a queda do preço do petróleo aparecem como duas grandes ameaças à economia mundial. A avaliação é do chefe do Departamento Monetário e Econômico do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), Claudio Borio. "Esses desenvolvimentos serão especialmente importantes para as economias emergentes", disse em teleconferência com jornalistas.

A primeira preocupação citada por Borio são as taxas de câmbio. Diante de políticas monetárias divergentes - com os Estados Unidos em processo de alta do juro e Europa e Japão ainda com medidas para relaxamento da economia -, o economista do BIS nota que as taxas de câmbio podem ter tendências mais pronunciadas de valorização, no caso do dólar, e queda, para o euro e iene, nos próximos trimestres.

O segundo item de preocupação é a queda do preço do petróleo em ritmo muito superior ao observado ante outras commodities. Borio destacou que o barril já está 40% mais barato na comparação com o preço de junho. "Parte dessa queda reflete fatores de demanda que não são apenas relacionados com a desaceleração da China, mas também refletem o aumento inesperado na oferta", diz.

Os dois fatores - câmbio e petróleo - tendem a afetar especialmente os países emergentes, diz Borio. A vulnerabilidade é criada pela grande exposição de alguns países às commodities e também às taxas de câmbio. "Exportadores de commodities podem enfrentar desafios, especialmente aqueles que estão nas fases posteriores ao crescimento do crédito e boom do mercado imobiliário", disse, sem citar nenhum emergente específico.

Ainda sobre o câmbio, o chefe de departamento do BIS lembra que a alta do dólar pode gerar descasamento para quem tem dívida na moeda norte-americana. Isso ocorre quando as receitas são em moeda local e a dívida é na divisa estrangeira. A valorização do dólar, nesse caso, pode tornar o compromisso mais caro na moeda local e comprometer maior fatia das receitas ou renda.

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