Economia

Benificiários de Feira de Santana se decepcionam com a suspensão do programa

Redação Folha Vitória

Feira de Santana - As 920 famílias de Feira de Santana (BA) que receberam nesta quarta-feira, 25, da presidente Dilma Rousseff, as chaves dos imóveis do Minha Casa, Minha Vida não puderam pegar ontem o cartão para comprar os móveis. A Superintendência Regional da Caixa na Bahia confirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que os cartões não foram distribuídos por determinação do banco e que a medida estava sendo executada em todo o País.

Os novos moradores foram surpreendidos pela notícia de que o Minha Casa Melhor havia sido suspenso. A notícia se espalhou no boca a boca e criou um clima de decepção geral, já que muitos contavam com a linha de crédito para mobiliar suas novas unidades.

"Eu fui surpreendida porque não tenho os móveis, estava contando (com o Minha Casa Melhor). Preciso comprar praticamente quase tudo. Tenho um fogão de duas bocas, uma geladeira usada com problema na borracha que eu queria trocar e um colchão que durmo com mo meu filho", disse Eliane Costa Santos, que tem 24 anos.

Vendedora ambulante e com renda de um salário mínimo, ela vai se mudar com um filho para a nova moradia. "Eu não tenho os móveis da minha casa e não tenho condições de comprar. Em tempo de festa a gente ganha. Fora de época não tem muito boa vendagem".

No dia seguinte à cerimônia, quando muitos moradores foram nos residenciais Solar da Princesa III e IV, no bairro de Gabriela, em Feira de Santana para tratar da instalação de água e luz, outra contemplada ouvida pela reportagem alegou ontem que não houve qualquer justificativa para a interrupção.

"Me disseram que estava suspenso desde o dia 20 de fevereiro, por tempo indeterminado", afirmou Cidiléia Santos Silva, que tem 29 anos e é mãe de um filho. "A única coisa que eu tenho, graças a Deus ainda, é uma cama, o guarda-roupa do meu filho, um fogão, um bujão e minhas roupas", queixou-se.

"O Minha Casa Melhor ia ser importante para eu poder comparar um sofá, poder arrumar o quarto do meu filho, para poder comprar um fogão melhor e armário de cozinha. Mobiliar minha casa toda".

Com duas filhas, Aline Ribeiro, de 32 anos, contou que um funcionário do banco estatal lhe disse que o Minha Casa Melhor estava suspenso e que não havia previsão de retorno. "É uma coisa que se não retornar vai fazer falta para muita gente que precisa. Muita gente que não tem nada e precisa do cartão", afirmou. "Não tenho cama, minha filha não tem cama e não tenho guarda-roupa. Se chegar vai vir em boa hora".

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