Economia

Atividade industrial do Brasil recua em fevereiro, aponta o índice do HSBC

Redação Folha Vitória

São Paulo - O índice de atividade dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do Brasil caiu para 49,6 em fevereiro, vindo de 50,7 em janeiro, informou o HSBC e a Markit, nesta segunda-feira, 2. Segundo as instituições, quedas tanto no nível de produção quanto no volume de novos pedidos, em comparação a janeiro, debilitaram o desempenho do número básico em fevereiro.

Segundo o HSBC e a Markit, os dados da pesquisa de fevereiro indicaram uma "continuação da estagnação no setor industrial do Brasil como um todo". O nível de produção e o volume de novos pedidos sofreram um declínio em relação ao modesto crescimento observado em janeiro, em meio a "relatos de uma ausência de demanda num momento em que o fortalecimento do dólar americano em relação ao real brasileiro faz os preços aumentarem".

"De um modo geral, o setor industrial do Brasil continua estagnado, com o índice básico (PMI) continuando a seguir uma faixa limitada em torno da marca de 50,0, indicativa de ausência de mudanças", afirmou o economista sênior da Markit, Paul Smith, em nota.

A pesquisa mostrou que os produtores de bens de consumo registraram aumentos modestos nos níveis de produção e de novos trabalhos. Em comparação, foram observadas reduções acentuadas nos níveis de produção e no volume de novos pedidos na categoria de bens de investimento.

Dólar mais caro

Uma variável com impacto relevante na atividade industrial no mês passado foi o fortalecimento do dólar em relação ao real. Esse movimento fez com que os preços de insumos aumentassem em fevereiro, o que por sua vez levou a um crescimento dos preços médios cobrados pelos fabricantes. Embora ligeiramente inferior ao recorde de alta de dez meses observado em janeiro, os dados mais recentes indicaram que a inflação de preço de insumos manteve-se acentuada em fevereiro.

Estoques

A pesquisa de fevereiro mostrou que a atividade de compra registrou uma desaceleração. Isso refletiu em parte uma tendência entre os fabricantes brasileiros de utilizar seus estoques de compras sempre que possível, evitando assim a aquisição de mercadorias num cenário de alta de preços. Como resultado, os estoques de matérias-primas e de produtos pré-fabricados baixaram marginalmente pelo segundo mês consecutivo em fevereiro. As reservas de produtos acabados também baixaram ligeiramente, com as empresas tentando completar os pedidos, sempre que possível, diretamente através de seus estoques.

Emprego

Por fim, o levantamento observou pouca alteração nos níveis de emprego em fevereiro, como resultado da tendência em geral estável nos volumes de novos pedidos e de produção. Houve também pouca evidência de pressões sobre a capacidade, com os pedidos em atraso diminuindo apenas ligeiramente ao longo do mês. Essa foi a primeira redução deste tipo registrada desde novembro.

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