Economia

Governo espera frechar acordo automotivo com o México na semana que vem

Redação Folha Vitória

Brasília - O governo brasileiro espera assinar a renovação do acordo automotivo com o México na próxima semana. Uma nova rodada de negociações ocorrerá na sexta-feira em Brasília e, apesar da pressão mexicana para abolir as cotas de importação, deve prevalecer a posição brasileira de manutenção desse regime por falta de alternativas viáveis. O Brasil se recusa a aceitar a volta de uma política de livre comércio.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro Neto, afirmou nesta segunda-feira, 2,, no Rio de Janeiro, que não há no horizonte a possibilidade da volta de um livre comércio amplo com o México. Ou seja, o Brasil só renova o acordo automotivo com a manutenção das cotas, uma exigência da indústria automobilística nacional.

O sistema foi imposto há três anos, depois que, em 2011, o Brasil teve um déficit de US$ 1,55 bilhão com os mexicanos apenas em carros de passeio. Até então, o acordo não previa limites para a importação de veículos mexicanos. Ao descobrir o rombo que as exportações mexicanas estavam causando na balança comercial brasileira, a presidente Dilma Rousseff chegou a dizer a assessores que queria o acordo cancelado.

Depois de uma pequena crise com os mexicanos e uma difícil negociação, acertou-se que o país pode vender para o Brasil até US$ 1,64 bilhão por ano em veículos leves com isenção de tarifas. Acima disso, valeria a taxação de 35%.

O acordo também estabelece que os veículos precisam ter pelo menos 35% de conteúdo local - no Brasil, isso vale para peças produzidas em todo o Mercosul. Esse limite seria ampliado para 40% em 2016. Esse ponto ainda está em aberto. As montadoras brasileiras defendem a manutenção do índice atual, mas pode haver alterações para garantir um consenso.

O atual acordo vence no dia 18 de março. A expectativa inicial do governo brasileiro era fechar até a semana passada, mas a reunião na Cidade do México, na quinta-feira passada, ainda não foi suficiente para que os mexicanos cedessem totalmente na questão das cotas. O novo encontro, na sexta-feira, em Brasília, está sendo tratado como a rodada final, para que a assinatura seja feita na semana seguinte.

Esse foi um dos assuntos tratados pela presidente Dilma Rousseff e seu colega mexicano, Enrique Peña Nieto, em um encontro bilateral, no final de janeiro, durante a Cúpula dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), na Costa Rica.

Outro tema foi, mais uma vez, a renovação do convite feito por Peña Nieto para que a presidente vá ao México. A visita pode finalmente ocorrer no início de abril, antes ou depois da Cúpula das Américas, no Panamá. Dilma poderá também ir a Colômbia, respondendo ao insistente convite do presidente do país, Juan Manuel Santos.

Colaborou Renata Veríssimo

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