Auditoria investiga concessões de licenças para prédio da Petrobras em Vitória
A construção da sede capixaba da empresa foi orçada em R$ 90 milhões, mas acabou custando mais de seis vezes mais que o estimado seis anos antes
A Prefeitura de Vitória está realizando uma auditoria interna no processo de concessão das licenças necessárias para a construção da sede administrativa da Petrobras na capital capixaba. O prédio, orçado em 2005 no valor de R$ 90 milhões, foi concluído em 2011 com gastos mais de seis vezes maiores: a obra custou R$ 580 milhões.
O prédio foi construído na administração do ex-prefeito João Coser, do PT. Em nota a Prefeitura confirma a auditoria, mas não pode adiantar nada porque ela acontece em segredo.
O ex-prefeito João Coser declarou em nota que todos os atos relacionados ao licenciamento da obra foram feitos dentro da legalidade e da transparência. Coser afirmou também que todo o processo foi acompanhado por funcionários da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade, que são servidores públicos.
No fim de 2014, a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados aprovou um procedimento investigativo para apurar os gastos relacionados à obra.
Na mesma época, o Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF/ES) decidiu encaminhar para o Paraná o procedimento aberto para checar eventuais irregularidades na construção e o possível envolvimento das empresas Odebrecht e Camargo Corrêa e de ex-dirigentes da Petrobras investigados na operação Lava Jato.
O balanço do ano passado da Petrobras foi divulgado nesta quarta-feira, confirmando que a estatal teve prejuízo de mais de R$ 21 bilhões.
