Economia

Opep não deve abrir espaço para eventual volta do Irã ao mercado de petróleo

Redação Folha Vitória

Viena - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está sob pressão para preparar o eventual retorno total do Irã ao mercado de petróleo, caso as sanções ocidentais sejam retiradas. O grupo não deve, porém, tomar nenhuma ação nesse sentido nesta sexta-feira, segundo os delegados do cartel.

Em vez disso, a Opep deve reafirmar sua decisão do ano passado de manter os atuais níveis de produção, apesar dos preços baixos do petróleo, disseram os delegados. Também deve considerar um pedido da Indonésia, um produtor que é um importador líquido de petróleo, de voltar ao cartel após uma ausência de seis anos.

A perspectiva de um retorno total do Irã ao mercado tem sido discutida em encontros privados e publicamente nesta semana em Viena, onde os ministros da Opep estão há vários dias. Livre de sanções, Teerã poderia produzir mais e agravar o excesso de oferta de petróleo no mercado.

"O Irã está dizendo aos outros membros da Opep para se preparar para seu retorno", disse um delegado iraniano, acrescentando que o país pressionará para que essa discussão ocorra amanhã. Os delegados dizem, porém, que não deve haver nenhuma ação, porque o retorno iraniano ainda não ocorreu. A Arábia Saudita está produzindo em níveis perto de recordes, lutando por sua fatia de mercado em um novo ambiente em que não consegue controlar os preços. Os sauditas e os iranianos são rivais por influência geopolítica e econômica.

No ano passado, a Opep, puxada pela Arábia Saudita, abandonou seu tradicional papel de cortar a produção para fortalecer os preços, fazendo a commodity cair ainda mais, a fim de manter sua fatia de mercado. Desde então, o preço se recuperou, da mínima de US$ 47 para cerca de US$ 63 o barril, o que gerou algum otimismo entre os membros da Opep de que a estratégia está funcionando. Novos embarques do Irã, porém, poderiam minar essa recuperação dos preços. Fonte: Dow Jones Newswires.

Pontos moeda