Economia

Fitch: entre os "cinco frágeis", Brasil é afetado pela recessão e dívida

Redação Folha Vitória

São Paulo - A agência de classificação de risco Fitch divulgou nesta sexta-feira, 17, um relatório sobre o grupo dos "cinco frágeis", que reuniria as economias emergentes mais vulneráveis a choques decorrentes da normalização da política monetária nos EUA. Para a agência, essa previsão não se concretizou e esses países - Brasil, Índia, Indonésia, Turquia e África do Sul - dão poucos sinais de vulnerabilidade a quedas nos fluxos de capital.

"Isso sugere que os chamados 'cinco frágeis' não são necessariamente os mais em risco em função de um aperto por parte do Federal Reserve, embora isso será determinado em última instância por uma série de fatores, alguns dos quais são menos quantificáveis", diz a Fitch.

Para a agência, a vulnerabilidade dos cinco frágeis pode ser afetada por outros fatores, que no caso do Brasil são "a recessão e a crescente dívida pública". Já a Indonésia, por exemplo, é mais suscetível a uma queda nos preços das commodities.

"Os receios de uma reversão repentina nos fluxos de capital para mercados emergentes podem ser exagerados. As percepções de enormes entradas de capital geradas pela política monetária ultra-acomodatícia dos EUA podem estar equivocadas. Nós não esperamos uma crise sistêmica para os emergentes", afirma a agência.

Segundo a Fitch, dos cinco frágeis a Turquia é a única que parece mais vulnerável ao início do aperto monetário nos EUA, que a agência acredita que acontecerá ainda este ano. Em uma lista de 11 potenciais vulnerabilidades relacionadas às contas externas e finanças públicas, além do setor bancário, a Turquia é a única que aparece com sinal vermelho em três ou mais indicadores. Essa também era a situação dois anos atrás, quando ocorreu o chamado "taper tantrum", causado pela sinalização dada pelo então presidente do Fed, Ben Bernanke, de redução nas compras de bônus.

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