Economia

Carteira assinada que nada! Homens apostam em vendas diretas como renda principal no ES

Enquanto alguns só usam como complemento de renda, outras preferem arriscar e se dedicam para fazer das vendas um trabalho fixo e a renda principal

O público masculino está investindo cada vez mais em vendas de porta a porta Foto: Divulgação

Trabalhar com vendas diretas tem sido uma das alternativas para quem quer fugir da crise e complementar a renda no final do mês. Algumas pessoas conseguem conciliar a atividade com outro trabalho e usam os finais de semana, ou algum tempo livre, para oferecer os produtos. Enquanto isso, outras preferem arriscar e se dedicam para fazer das vendas um trabalho fixo e a renda principal. 

É bem comum encontrar pessoas que apostaram nesse modelo de negócio, principalmente mulheres, já que as vendas geralmente são de maquiagens e produtos de beleza. No entanto, nos últimos anos a situação tem mudado e os homens estão investindo cada vez mais na vendas de porta a porta. 

Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), aponta que o número de revendedores totais de venda direta, saltou para 4,6 milhões de pessoas em 2015, 100 mil mais do que em 2014. O estudo mostra ainda que esse aumento se deve justamente a forte entrada do público masculino nos setor. 

O capixaba Wesley Maciel, de 36 anos, começou por acaso neste mercado e há dois anos se dedica somente às vendas, que são responsáveis por sua renda principal. Ele trabalha com produtos capilares e, além de distribuir para salões de beleza, também vende para clientes diretos. Ele aponta a remuneração e liberdade como um dos principais pontos positivos no negócio.  

"Eu comecei a trabalhar com isso por acaso. Uma empresa em que trabalhei não me pagou quando sai e o dono dela tinha alguns produtos, então eu peguei como forma de acerto e vi que dava certo. Além da boa remuneração, tenho a liberdade de trabalhar como eu quero, o dia que eu quero e sem patrão", completa. 

Para atrair novos clientes, ele usa as redes sociais, onde divulga os produtos e as novidades. Apesar da crise, um dos produtos para tratamento capilar que ele vende já ficou entre os mais vendidos do Estado. O segredo é simples: baixar o valor para aumentar a demanda. 

Ariel e a namorada em uma convenção dos produtos em São Paulo  Foto: Reprodução Facebook

"A crise nos força a buscar opções e formas de trabalho diferentes, foi isso que deu certo. Entrei em um acordo com a fabricante dos produtos que trabalho e decidimos baixar o valor para mais da metade, na tentativa de vender mais. Em pouco tempo de vendas, o produto se tornou o mais vendido do Espírito Santo em comparação aos outros similares. Em uma venda eu deixo de ganhar R$ 140, mas ganho no volume de produtos vendidos", explica. 

O técnico em logística Ariel Pagung, de 24 anos, está no mercado de vendas diretas há cerca de 1 ano e 4 meses. Ele trabalha com perfumaria, cosméticos e bem-estar. Ele trabalha como divulgador de uma escola de idiomas, mas também tem as vendas como principal fonte de renda. 

"Uma das principais vantagens é o valor justo, pois você ganha exatamente o que produz. Não costumo oferecer de porta a porta porque tem muita rejeição, mas sempre falo com amigos, peço indicações e uso as redes sociais também. Com as vendas eu consigo o que não conseguiria em um outro emprego", revela. 

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