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Muito reggae e congo na apresentação do Casaca no Shopping Vitória Music Lounge

Para relembrar os grandes sucessos e mostrar os novos trabalhos, o grupo Casaca estará no Shopping Vitória Music Lounge by Jovem Pan nesta terça-feira (19)

Foto: Divulgação

O congo é uma das marcas do grupo capixaba Casaca, que surgiu na Barra do Jucu, Vila Velha, há 15 anos.  O sucesso de uma das maiores referências locais pode ser visto nas músicas 'Anjo Samile', 'Marina' e 'Sereia'. Casaca, em homenagem ao instrumento típico do congo, é uma mistura sonora de muito reggae e rock.

Do Espírito Santo para a NASA, o grupo fez história após a música 'Da Da Da' ser escolhida para despertar o robô Spirit na missão em Marte. Para relembrar os grandes sucessos e mostrar os novos trabalhos, a banda Casaca estará no Shopping Vitória Music Lounge by Jovem Pan nesta terça-feira (19), das 18h30 às 20 horas.

Dez bandas vão passar pelo happy hour no shopping. Confira a programação!

Antes disso, confira a entrevista do jornal online Folha Vitória com o vocalista do Casaca, Renato Casanova, e conheça um pouco mais a história do grupo capixaba:

Qual análise você faz sobre os 15 anos de carreira do Casaca?

É fácil a idade porque o Casaca nasceu nos anos 2000, no Réveillon. Uma análise que faço é que a gente começou sem nenhuma pretensão e conseguimos conquistar coisas que jamais a gente teria pensado que poderia acontecer na nossa vida. O fato de ter proporcionado vários palcos, viagens, enfim, um aprendizado muito grande. Aprendemos muito como ser humano e como família. A gente pode expressar isso aí em forma de música, pois são seis trabalhos e agora um DVD. Acho que tudo isso aí é mais ou menos um retrato do que o Casaca passou. Uma rapaziada sem pretensão e que de repente conquistou.

Quais são os projetos para o futuro?

Agora estamos focados no DVD, que lançamos no Rio de Janeiro. Fizemos uma pré-temporada lá e vamos fazer em Vitória. Daqui a pouco começaremos em Minas Gerais. O disco deve ser lançado no próximo ano.

Por que manter a cultura local na banda?

O Casaca não é uma banda que começou assim “vamos projetar isso para poder fazer diferente”. Não, o Casaca era uma galera amiga. Então, para a gente não interessava o que o cara tocava, pois queríamos o cara junto da gente para poder fazer um som. Não importava muito qual era a qualidade do som, pois a gente queria fazer um som. E aí chegam as influências também, de ser praiano, um 'lance' meio show size, então você tem essa coisa de tocar congo e também tem essa curiosidade. Acho que é isso... o Casaca não teve uma fórmula, ele não traçou nada.

São 15 anos tocando, mas a gente permanece do mesmo jeito. Até tentamos mudar porque vai entrando as pessoas que levam outras influências para a banda, como um rock in roll mais pesado por exemplo. E você vê algumas diferenças no disco. Mas a gente não consegue sair disso porque o Casaca mesmo é o coração que está voltado para isso. A 'galera' que faz aquela pulsação, aquela batida, aquela coisa que está cravado no Casaca. Por mais que a gente tente... se fizer jazz, blues, vai sair tudo com tambor, com a mesma cara. Não tem para onde correr.

Qual sua opinião sobre a divulgação musical no Espírito Santo?

Acho muito legal, mas ainda é pouco. A gente tem grandes bandas aqui muito antes do Casaca. A nossa divulgação é um pouco presa. O Estado faz o seu papel, a galera faz o papel, só que a gente fica preso dentro do Estado. A gente não consegue uma projeção fora. É o contrário do que acontece com as bandas de fora que o cara de repente tem o mesmo tratamento que a gente tem em Vitória, mas está em São Paulo, onde o espelho é maior e acaba mostrando para o Brasil todo. E o Casaca passou por isso, com o fato da gente ter assinado com uma grande gravadora, né?! A gente teve uma música que fez parte de uma expedição da NASA. Então, essas pequenas coisas deram uma divulgação muito grande para o Casaca.

A banda veio passando de pai para filho, nova geração. Enfim, hoje o povo que curte Casaca é um povo de 17 anos. O Casaca tem 15 anos e o menino tinha dois anos quando a gente começou. E essa galera hoje traz isso. A gente também tem aquela obrigação de está fazendo música e show para ir mantendo isso também. Já que a gente passa a ser um certo tipo de referência, então a gente tem que manter. Acho que é isso que aconteceu e o Casaca deu uma sorte. Como o Macucos também, que tem uma projeção muito boa. Então, às vezes, as pessoas tem a gente como referência devido a essa projeção que a gente teve com a gravadora.

Como foi a experiência de ter uma música na expedição da NASA?

A gente dá muita sorte. No caso, histórias aconteceram até que o CD chegou na mão do cientista. Ele virou nosso amigo, passou até ser goleiro do nosso time de pelada. Mas a coisa legal foi que não era nem muito por ele, pois a esposa dele é que é muito fã da banda e fez ele levar o disco. O robô [Spirit] se movimentava através de ondas sonoras. A gente ficou muito surpreso porque tinham canções do mundo todo ali e de repente a sua música fazendo parte de uma expedição e você entra em contato com o mundo todo, era Europa, Estados Unidos, Japão, enfim, todo mundo querendo saber de quem era a música, como era a música e o porquê da música. Lá fora eles não tem muita noção do que é sucesso no Brasil porque a visão que a pessoa tem lá fora é do que é sucesso no mundo. 

Quando eles escutaram a banda, queriam saber que banda era essa. O legal é que isso acabou projetando a gente e rendeu uma viagem na Europa, onde fizemos shows na Espanha, Portugal e vários lugares. Foi muito bom e até hoje rende, se comenta em todos os programas que fazemos fora. Fomos ao Rio de Janeiro e em todas as entrevistas que fizemos, isso foi lembrado.

Acredita que os reality shows musicais ajudam os artistas em geral?

Cara, depende. Se você tiver uma banda com alicerce mesmo aquilo ali seria bom, pois é uma exposição. Querendo ou não, você tem seus dois ou três minutos mostrando o seu trabalho para dentro do Brasil. No meu ponto de vista, vejo banda ali tocando cover e aquilo nem precisava estar ali porque está fazendo cover, o espaço que ele tem ali, ele vai ter do mesmo jeito. Acho que aquilo é muito fundamental para quem trabalha com música própria.

Todo o canal de exposição que você tem hoje é muito importante. Hoje a gente tem a multi-internet que consegue fazer isso com o artista, mas não consegue direcionar porque você coloca uma coisa na internet e tem milhões de pessoas postando coisas ao mesmo tempo. Fica aquela briga de pesca porque você tem que ficar pescando as pessoas. Então, essa exposição [no reality], ela acaba te levando para a casa das pessoas. Acho muito válido para quem gosta, para quem tem um trabalho a apresentar e conteúdo, pois é um alicerce. Não adianta nada você chegar lá, participar do programa e ir embora. Não, você tem que dar continuidade, tem que manter o estilo e a sua cara.

De todas as músicas produzidas pelo Casaca, você tem alguma preferida e que marcou?

Cara, é meio complicado. É o pai falando do filho. No caso, eu sou o compositor da banda. Cada música tem um momento, tem músicas como ‘Anjo Samile’, que é a minha filha e por isso tem uma coisa muito especial. Tem ‘Sabrina’ que foi um fato muito triste para a gente e conseguimos transformar em música com alegria. Enfim, tem várias coisas que acontecem. Hoje, por exemplo, consigo desfrutar de música como “Marina’, que fiz em parceria com Alexandre Lima e que passa por uma situação complicada. Isso passa ser um valor a mais para a música. 

O que acha da ação realizada pelo Shopping Vitória e Jovem Pan?

É muito importante. O espaço que a Jovem Pan está dando é uma coisa que o artista precisa porque não adianta fazer o trabalho e não ter como mostrar. E a Jovem Pan consegue alavancar. Esse espaço que ela está dando para o artista e as bandas, ajuda demais o trabalho, desenvolvimento e reconhecimento.  Isso é muito importante mesmo. Quem ganha é o público, a banda e a rádio porque aproxima o artista do carisma do público.

Qual a importância da música em sua vida?

Música na minha vida é tudo. Se eu não mexesse com música, não sei o que iria fazer. Tentei ser jogador de futebol, totalmente frustrado. Sei lá, já fiz de tudo e a minha vida era andar. Graças a Deus aprendi a tocar e a cantar. Venho de uma família de músicos, onde meu pai era sertanejo e tocava violão. Então, tive uma educação vocal muito legal. Meu irmão mais velho também cantava, tinha esse auxilio. Sempre fui envolvido com música. Quando eu não trabalhava com música, estava na FAFI. Sempre fui ligado à arte.

Mande um recado para o público que vai assistir Casaca.

Quero convidar todo mundo para ir. Estamos com música nova e videoclipe novo no Youtube. Vamos levar os DVDs que a 'galera' está cobrando pra ‘caramba’. Alguns para promoções e outros serão vendidos. Queria deixar um aviso para a ‘rapaziada’ ir lá, para quem tem um tempo que não ouve Casaca. A gente está tomando de novo Vitória com bastante som e bastante música. Queria agradecer à Jovem Pan pelo espaço, essa família que sempre abraça os artistas capixabas.

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