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Brasileira que leiloou a virgindade revela que continua virgem

Em entrevista exclusiva a Gugu, a jovem Ingrid Migliorini, que adotou o codinome Catarina, afirmou que está namorando e pretende se casar

Ingrid Migliorini leiloou, há três anos, a própria virgindade Foto: R7

Ingrid Migliorini, que adotou o codinome Catarina, ficou famosa na imprensa brasileira e internacional por leiloar, há três anos, a própria virgindade. Em entrevista exclusiva a Gugu Liberato na última terça-feira (8), a jovem fez revelações sobre a polêmica e explicou o porquê continua virgem.

A polêmica começou quando o cineasta australiano Justin Sisely resolveu fazer um documentário chamado Virgins Wanted (Procura-se Virgens). Catarina explicou que a ideia da produção era "polemizar, atrair fama". 

— Tudo que envolve sexo, hoje em dia, é tabu. A ideia foi dele de fazer o leilão da virgindade. Mas, o objetivo do leilão sempre foi aferir fama para o documentário.

O diretor estava procurando virgens na Austrália, quando ela leu uma matéria na internet.

— Eu li muito mais do filme do que do leilão e resolvi mandar um e-mail sem compromisso algum porque eu não tinha ideia que ele chamaria uma menina de uma cidade pequena do litoral catarinense. Não demorou muito tempo, ele respondeu.

Os dois, então, se falaram bastante via internet e Justin a escolheu para o documentário.

— Eu tinha muita vontade de ser atriz e poderia ser uma chance! O leilão era algo que eu sempre soube que poderia ou não acontecer. Nunca foi algo obrigatório, eu poderia desistir a qualquer momento. Eu nunca teria embarcado nessa, se fosse obrigado.

Segundo ela, o leilão não seria obrigatório. Mas, Justin negociou com Catarina durante dois anos. 

— Eu comecei a falar com ele tinha 18 anos e, quando eu fui pra Indonésia fazer o leilão, tinha 20... Já havia viajado sozinha antes e foram dois anos de muita conversa, combinarmos muita coisa. Eu fui tranquila e não ia deixar ele fazer algo ruim comigo.

O documentário teve parte em Bali, na Indonésia, e outra parte na Austrália. 

— O documentário era eu, a virgem, e o Alex, o virgem, um jovem russo de 22 anos. O documentário era pra mostrar nossa vida, o porquê estávamos fazendo isso, se íamos precisar de uma ajuda psicológica... Era um pouco sensacionalista porque ele gostava de drama, queria mostrar as críticas negativas em torno disso.

Com a produção, Migliorini ganhou status de celebridade no Brasil e até posou nua para uma revista masculina.

— Eu posei em 2013. A princípio, eu não fiquei à vontade. Eu nunca tinha tirado a roupa pra ninguém. Mas, a equipe me acolheu muito bem. Todos foram muito bacanas e souberam me deixar à vontade. Foram dois dias de fotos.

Em 2012, durante as gravações, ela deixou claro seu papel no filme em entrevista ao programa Domingo Espetacular. 

— O leilão é um negócio pra mim, mas a experiência é única. O fato de estar aqui viajando é algo que não tem preço!

Na época, o repórter perguntou: "Se é um negócio, você é o que nesse negócio?". Camila respondeu rindo. 

— A mercadoria! Eu não me incomodo [de ser a mercadoria]. Por uma noite não porque a pessoa vai estar pagando. Eu me incomodaria em ser a mercadoria como mulher, como pessoa.

O repórter, então, indagou se o filme era uma forma de prostituição.

— Vamos dar um exemplo: tudo na sociedade que a pessoa faz uma vez, não é considerado dessa profissão porque fez uma vez. Se você salva alguém na praia, ninguém vai te chamar de médico por causa disso.

Na época, Catarina disse que ficava feliz cada vez que o valor do leilão aumentava. 

— Com certeza! Porque eles estão me pagando mais e estão pagando muito por mim. Tem essa parte do ego também.

O leilão durou cerca de 40 dias desde que entrou no ar.

— Tinha o lance mínino de 100 mil dólares, porém eu já havia estipulado para o diretor que não faria nada por menos de 500 mil dólares.

Quatro pessoas ofereceram mais que o mínimo, mas quem ganhou foi o japonês Natsu.

— Na verdade, ele e um americano estavam numa disputa acirrada. No segundo final do leilão, eu achei que o americano tinha levado.
Camila revelou que a situação começou a desandar por ter desentendimentos com o diretor Justin Sisely.

— Quando o leilão estava pra terminar, surgiu o Natsu e, quando ele surgiu, a preferência dele foi total pro Natsu. Começou a falar muito dele, conversava muito com o Natsu sem que eu soubesse... Não deixava eu ter acesso nenhum aos bastidores. Eu queria saber quem estava participando, eu gostaria de ter tido contato com esses homens. Gostaria de conversar, saber deles, o rosto também.

Ela disse que não ficou satisfeita com a produção do documentário.

— Ele queria conduzir o documentário de uma forma e eu não me sentia à vontade. Ele queria dramatizar as coisas, decidir tudo e eu não aceitei! Ele queria que eu chorasse, fingisse tristeza, procura-se ajuda de psicólogo... O que eu não estava sentindo na verdade.

Enquanto o leilão acontecia em 2012, Catarina revelou que se fosse uma mulher a vencedora, ela aceitaria. No entanto, preferia que fosse homem.

— Acho que vai ser difícil ser uma mulher. Eu aceitaria porque é um negócio. Negócio é negócio!

Em conversa com Alex, o outro virgem do documentário, ela demonstrou curiosidade em conhecer o vencedor. 

— Terminado o leilão, o Justin estipulou a data do encontro entre eu e o japonês. Até então eu achava que ele era um homem de 53 anos porque era isso que me era passado.

Neste período, a jovem foi chamada para desfilar no Rio Fashion Week, mas o diretor não deixou. Além disso, ela foi rejeitada — em cima da hora — pela marca.

— Ele fazia pressão psicológica e eu falei para a marca que não desfilaria mais. Eu já tinha até perdido a passagem, mas a assessora de imprensa da marca insistiu. Não era pelo pagamento que eu vim, mas pela vontade. Chegando aqui, não pude desfilar pois a repercussão dos clientes da marca foi negativa. Eu só fiquei sabendo disso quando aterrissei.

— Eu não desfilei, mas todos os fotógrafos vieram em cima de mim. Foi a primeira vez que eu senti o que era ser reconhecida! Eu fui chamada para diversos programas, porém estava rolando a história de que um desembargador queria a cassação do meu passaporte pra que eu não voltasse pra Austrália. E eu não fiquei 48 horas no Brasil e voltei!

No dia do encontro com Natsu, Catarina revelou que estava com medo e, por isso, levaria outra pessoa junto para não ir sozinha. 

— Só que aconteceu que essa pessoa não pôde mais ir! Então, eu inventei uma desculpa e falei que queria ir no cabeleireiro pra estar arrumada. Só que, na verdade, eu fui atrás de alguém pra ir comigo. Eu e o diretor já não nos dávamos bem... Eu fui à um advogado e expliquei que o Justin havia me dito que o pagamento seria feito com o Bank Cheque.

A advogada, então, instruiu que o documento — semelhante ao cheque no Brasil — não garantia que ela receberia o dinheiro.

— Só que eu já tinha falado pro Justin que não ia aceitar, o dinheiro tinha que ser depositado na minha conta anteriormente.Por sua vez, Natsu desembarcou na Austrália com muita desconfiança e sem o dinheiro. Ele ainda passaria no banco para pegar o Bank Cheque. Ele contou, ainda, que foi o próprio pai quem ofereceu o valor de quase US$ 1,5 milhão para dar a virgindade da moça de presente.

Preocupado, Natsu chegou a ligar para o pai por causa da repercussão do documentário. 

— Eu não quero ser conhecido por ter pago por sexo. A situação está meio complicada no momento. É um pouco inconveniente. Eu não estava esperando por isso.

Catarina conseguiu duas pessoas para ir ao encontro com ela.

— Uma ficou observando por fora, inclusive o diretor nunca soube dessa pessoa. A outra, uma jornalista muito íntegra, foi comigo. O diretor ficou extremamente nervoso de eu ter ido com outra pessoa e pediu pra ela se retirar. Eu falei: "Se ela se retirar, eu também vou me retirar. Ela vai ficar". Ela sabe o que realmente aconteceu!

— Quando ele entrou no restaurante, entrou apressado, angustiado, nervoso. Eu não seu quem acabou ficando mais surpreso, se foi eu ou ele porque eu esperava um homem de 53 anos e apareceu um rapaz de 21! Eu fiquei muito confusa. Como eu já tinha muitas desconfianças, isso acabou gerando mais ainda.

Para piorar a situação, ela relata que Natsu fazia as mesmas perguntas que o diretor já havia feito antes.

— Parecia que eu estava conversando com o diretor e ele disse que tinha um presente pra mim no quarto do hotel e o Bank Cheque, que me seria entregue no quarto. Eu conversei com ele que não aceitaria o Bank Cheque. Até dei a ideia — que a advogada já tinha me passado — que era depositar o dinheiro na conta de um advogado e depois que as duas partes cumprirem o contrato, o dinheiro é depositado na minha conta. Mas nós não nos entendíamos! 
Visto o diálogo, Natsu levantou imediatamente e foi embora. Em entrevista, o diretor disse que Catarina estragou tudo ao pedir o dinheiro logo no primeiro encontro com o vencedor do leilão.

— Antes de qualquer apresentação, ela perguntou pelo dinheiro. Isso deve ser uma ofensa em qualquer cultura!

O japonês criticou a jovem na mídia. Mas, ela se defendeu. 

— Gugu, acontece um leilão. A menina que participa do leilão vai fazer por amor, por prazer, sendo virgem? Não! Ela vai fazer isso por dinheiro. Então, o que ele queria que eu falasse? Eu falei pra ele a parte que me interessava. Ele insistiu pra que eu alcançasse o Bank Cheque. Se ele chegasse com uma mala com o dinheiro, era mais concreto. Mesmo assim, teria que analisasse se as notas não eram falsas.
Mesmo com tudo o que passou, Catarina não se arrepende de nada.

— O diretor tentou me prejudicar em diversos momentos. O intuito dele eu não sei. Talvez o diretor queria fazer algo diferente e ficar muito conhecido. Mas, de certa forma, a pessoa que ficou mais conhecida com tudo isso fui eu. Talvez ele quisesse tirar alguma vantagem nisso aí!
Atualmente, a jovem tem 23 anos e estuda filosofia. 

— Sempre que eu posso, eu viajo... Estou gravando um filme que conta a história da Anita Garibaldi...

Além disso, está namorando um árabe e, por isso, não pensa em participar de um novo leilão. 

— Eu estou namorando sério. Os árabes são sérios! Eu não conheci ele através da fama, tanto é que ele nem sabia quem eu era. Eu já havia recebido propostas, já conhecia outros árabes, mas não do meu namorado. Eu conheci ele fora do país e ele disse que jamais daria um lance.

O relacionamento já faz alguns meses e Catarina pretende morar no exterior. 

— Eu gosto muito do oriente, conhecer novas culturas. As pessoas, às vezes, têm uma concepção errada de outras culturas. Ultimamente o nosso namoro é mais virtual que carnal. Se eu for me casar realmente, que é algo que ele já quer... Pretendo me casar quando eu estiver bem segura, eu vou saber a hora certa! Eu pretendo ou ter filhos biológicos ou adotar.

Apesar dos desejos, a jovem continua virgem.

— Eu continuo virgem e meu namorado me respeita muito. Ele é um príncipe! Muito respeitador, cavalheiro... Ele é maravilhoso! Eu optei pela virgindade até agora porque não aconteceu. Eu sempre fui uma criança tímida, gostava de esportes, música e minha adolescência não foi muito diferente. Eu demorei a amadurecer, depois tinha o lado da timidez que eu fui lapidando... E a questão de esperar a hora certa. Ainda não apareceu. Simplesmente foi isso!

Com informações do Portal R7

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