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'Globo de Ouro' do Viva resgata 30 anos de axé

Redação Folha Vitória

São Paulo - O Canal Viva põe no ar nesta segunda-feira, 19, a 2ª temporada de um novo revival do velho e bom Globo de Ouro, programa que marcou época nos anos 1980 e 90 na grade semanal da Globo, com a devida releitura agora feita pelo canal pago do mesmo grupo.

Com dez novos episódios, a safra da vez reúne 80 nomes e 70 hits, agora dentro de um único gênero: a axé music, movimento nascido há 30 anos, na Bahia, que ganhou asas por todo o País, com coreografias de toda espécie. Com apresentação de Márcio Garcia e Carolina Dieckman, o Globo de Ouro Palco Viva foi todo gravado no Teatro Castro Alves, em Salvador, fazendo jus às origens.

"A ideia foi trazida pelo Osmar Martins, o Marrom, e pelo Paulo Borges, quando viram o sucesso do Globo de Ouro Palco Viva de 2014", conta ao jornal O Estado de S. Paulo a diretora do canal, Letícia Muhana. "Nada mais justo do que, neste ano, homenagear os 30 anos da axé music. É um movimento musical que conquistou o País e se mantém até hoje. São três décadas de muitos ícones, hits e história", completa, ressaltando que o programa celebra a cultura musical da Bahia.

Nome emblemático do movimento, Luiz Caldas abre a série, com Haja Amor. Na sequência, Saulo canta Crença e Fé e Ludmila, estrela do funk, abre uma exceção de repertório para interpretar Vem Meu Amor. Tem ainda Terra Samba com Liberar Geral e Babado Novo. Assim como na primeira temporada, há nomes clássicos revivendo seus clássicos e clássicos relidos por talentos emergentes. Encerrando a noite desta segunda-feira, tem Gilberto Gil e Ivete Sangalo juntos, com Céu na Boca (Chupa Toda).

"O processo seletivo das canções foi incrível", atesta Letícia. "Você acha que o grande problema é a arrumação das grades, mas não é, porque tem a escolha das músicas. Acho que o resultado é maravilhoso."

Outro desafio, como na 1ª temporada, é conciliar as agendas dos artistas requisitados pela produção. "Ao mesmo tempo, foi fácil, porque a maioria das pessoas atendeu ao chamado. 100% deles entenderam que queríamos prestar uma homenagem à cultura musical da Bahia", comenta Letícia.

A logística também foi facilitada pelo envolvimento da produtora cultural e senhora Gil em todo o expediente. Flora Gil desfruta de tráfego e fluidez com toda essa turma. "Ela e a equipe dela, o pessoal da Gege Produções Artísticas, fizeram um trabalho irretocável."

O repertório dos dez programas conta ainda com Armandinho, Dodô & Osmar, Banda Cheiro de Amor com Carla Visi, Banda Eva, Bell Marques, Chiclete com Banana, Davi Moraes, Durval Lelys, É o Tchan (com Jacaré), Emanuelle Araújo, Filhos de Gahdhy, Carlinhos Brown, Olodum, Cláudia Leitte, Terra Samba, Margareth Menezes, Gimelândia, Harmonia do Samba (com participação de Carla Perez), Timbalada, Bandamel, Ara Ketu, Netinho, Preta Gil, Léo Santana, Aviões do Forró, e até Caetano Veloso - além, é claro, de Daniela Mercury, outro ícone do nascimento do axé, 30 anos atrás. A lista vai além.

Outras temporadas

A essa altura, cabe perguntar se o Globo de Ouro Palco Viva terá outras temporadas, segmentadas ou não. "Ano que vem, quem sabe, do axé podemos ir para o sertanejo?", propõe Letícia. "O Viva foi criado para ser um canal de acervo, mas começamos a perceber que ele apresentava janelas de oportunidades importantes para trazermos essas joias da coroa. São os projetos que temos feito. Desde Sai de Baixo, em 2013, temos vislumbrado essas janelas, que são pequenas dentro de uma grade parruda de conteúdo de acervo, mas que são luxuosíssimas."

"Além disso", continua, "contribuem muito para a marca do canal Viva e, de alguma maneira, com essa modernidade, contemporaneidade. Acho que tem que ter, por mais que você esteja trabalhando e se posicionando como um canal de memória afetiva." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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