Primeiro dia de desfile tem apagão, polêmicas e homenagens
A escola de samba Pérola Negra, da Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, abriu a primeira noite de desfiles do grupo especia após passar por um susto com falta de energia
Piratas do Caribe na Ilhabela, LEDS apagados em alegoria de comissão de frente, um apagão dos refletores do Anhembi, o prefeito Fernando Haddad (PT) dizendo que os blocos de rua rendem R$ 150 milhões a mais para a cidade do que o carnaval de avenida e atrasos no desfiles marcaram a primeira noite do Grupo Especial de São Paulo. Apesar disso, as escolas Rosas de Ouro e Águia de Ouro conseguiram empolgar o público.
A escola de samba Pérola Negra, da Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, abriu a primeira noite de desfiles do grupo especial. Após passar por um susto com falta de energia - que atingiu parte do Sambódromo do Anhembi - e um princípio de chuva, o desfile transcorreu sem problemas.
De volta à elite do samba, a agremiação escolheu seu bairro de origem como tema. A dança foi o fio condutor que contou a história da vila, que começou com a chegada dos índios e hoje é conhecida pelo clima de boemia.
O balé foi apresentado no abre-alas e também com bailarinas que dançavam na avenida. Fantasias de índios eram vistas em praticamente todos os setores. Nas fantasias e alegorias, predominaram as cores azul, vermelho e amarelo.
A Pérola Negra conseguiu cumprir o tempo de desfile e chegou ao final do sambódromo com uma hora e três minutos de apresentação - a dois minutos do limite.
A Roseira, com um enredo sobre tatuagem, "Arte à Flor da Pele. A Minha História vai Marcar Você", tem chances de conseguir mais um título. O último foi em 2010. A agremiação tatuou os 2.700 integrantes com 10 mil tatuagens temporárias. No refrão, copiou a Menino do Rio, de Caetano Veloso, cantando "dragão tatuado no braço".
A escola começou a contar seu enredo a partir das pinturas rupestres, com um carro cheio de homens das cavernas. Ao longo da passagem pela avenida outras surpresas surgiram como: a bateria vestida de marinheiro e o último carro repleto de integrantes com tatuagens de verdade.
A empresária Aline Cândido, de 29 anos, tem um estúdio e se diz "fã de rock'n roll". Foi a primeira vez que ela desfilou. "Eu prefiro outro tipo de música, mas me diverti bastante. As tatuagens são a minha segunda pele", contou Aline, que já perdeu as contas de quantos desenhos no corpo fez desde a primeira tatuagem, quando tinha 16 anos.
Apesar de ter empolgado o público, a escola correu. O folião do Anhembi que parou para olhar no celular e postar uma foto no Instagram deixou de ver a passagem de alas e carros alegóricos. A Rosas de Ouro fez o desfile em 61 minutos, quatro antes do tempo limite. Mas a presidente Angelina Basílio comemorou. "Foi melhor do que a gente esperava. Esse ano vamos voltar levantar a taça."