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Atriz de Pretty Little Liars revela ter tido anorexia: - É como estar casada com um vício

Redação Folha Vitória

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Troian Bellisario deu uma entrevista à revista Interview e comentou sobre uma doença que costumava fazer parte de sua vida: a anorexia. A atriz de Pretty Little Liars conta que fez um documentário sobre sua relação com a enfermidade, dizendo que tudo começou por conta de uma fala de seus pais: - Eu me lembro dos meus pais me dizerem que se existe uma história que você queira compartilhar, então você é responsável por fazer isso. Você não pode pedir para outra pessoa contar essa história - ou você até pode, mas terá que lidar com qualquer que seja o final. Se a história não terminar sendo dita do jeito que originalmente deveria ou em como precisava ter sido expressada, é culpa sua. Então depois que entrei em Pretty Little Liars, me graduei e consegui um trabalho para fazer a produção de uma peça chamada Equivocation.

E foi bem nessa época que as coisas começaram a ficar complicadas: - Eu era a única mulher lá, tinha outros quatro caras, e eu era definitivamente a mais nova. Foi um primeiro trabalho muito intenso e eu sabia que iria ficar tão nervosa que não conseguiria fazer audições para outros papéis. Existia um vazio dentro de mim, não cheio, mas unido a mim. Eu sentia que tinha uma história dentro de mim que nunca foi dita, e era uma história muito pessoal e chegou em um ponto da minha vida onde eu senti que tinha passado por uma experiência que, até hoje, eu não conseguia encontrar ninguém - mesmo as pessoas que mais me amavam, como meu namorado ou minha mãe e meu pai - que entendia que aquela experiência era verdadeira para mim. Era sobre a minha anorexia, e eu pensei que muitas pessoas achavam que era sobre perder peso e ser magra, e eu não conseguia fazê-los entender que era sobre controle, de um jeito extremamente literal. Então eu pensei Se eu posso contar uma história que coloca a plateia em uma posição que possam fazer uma escolha similar àquela que fiz quando mais nova, talvez possa fazer com que os outros tenham empatia.

Troian ainda diz que, apesar de tudo, recebeu muita ajuda: - Todos me apoiaram muito. Eles estavam com muito medo, o que eu podia entender totalmente. Eles passaram por um inferno me observando e sentiram-se inúteis. E eu disse Ei, gente, eu sei que estou passando por muita terapia e me machuquei muito para me fazer forte e viver sem essa coisa, mas na verdade decidi fazer um filme onde eu volto para tudo isso e viver com isso plenamente. Não foi fácil; é como estar casada com um vício. Uma das coisas que eu realmente queria que o filme explorasse era que a partir do momento que você tivesse essa relação, a partir do momento que você tem um problema psicológico ou a minha doença, nunca vai embora de verdade. Seus sentidos estão ligados de um modo que você sempre sentirá a compulsão, mas conforme você cresce e desenvolve uma vida saudável e faz bastante terapia, você se sente mais emporedado para tomar decisões. Meus problemas neurológicos ainda estão conectados à doença, então quando tive que fazer o filme, foi como cutucar a onça com vara curta. Foi incrível para mim perceber Nossa, isso tudo ainda está vivo aqui dentro. Mas eu me tornei boa o bastante para ignorar ou escolher não continuar com isso. Mas é maravilhoso perceber que você pode ter essa coisa que ameaça a sua vida ainda dentro de você, de um jeito meio bizarro.

Ela ainda diz que gostaria de encorajar outras pessoas que passam por isso: - É o que eu espero e é por isso que queria fazer um filme. Não poderia ser um documentário sobre a minha própria experiência, não poderia ser apenas eu dizendo detalhes da minha própria história. Teria que se tornar uma narrativa que não fosse sobre mim.

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