Corredor guia tem vitória dupla a cada desafio com atletas cegos

Uma vitória em dobro. É assim que se sente um “corredor guia” ao completar uma prova acompanhando um atleta cego e ajudá-lo nessa superação pessoal. O estudante do 8º período de Educação Física José Paulo Oliveira Andrade, de 27 anos, vive essa emoção desde quando começou a dar suporte a corredores com deficiência visual.

A história de José Paulo com a corrida teve início no ano passado. Ex-jogador de futebol profissional, ele largou as chuteiras para estudar. Foi quando decidiu começar a correr para praticar um esporte.

No final de 2018, visitou um projeto de atletismo para pessoas com deficiência no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), em Jucutuquara, e conheceu um atleta deficiente visual. Foi quando o professor Pierre, que atua no projeto, perguntou se José Paulo queria ser corredor guia.

Ele não pensou duas vezes. Aceitou o desafio e passou a atuar como voluntário. O trabalho abrange um processo que dura antes, durante e depois de uma prova. “Além da responsabilidade de guiar o atleta, a gente tem o trabalho de motivar, ver se ele está bem, se está precisando de algo. É uma dificuldade grande, pois é correr sendo os olhos deles. Já um corredor comum faz do seu jeito e no seu ritmo”, contou José Paulo.

Recompensa

Apesar do desafio, o trabalho traz uma grande recompensa. “É uma sensação de prazer. Quando completo uma corrida ou um treino com eles, é como se eu estivesse ganhando uma corrida. Vê-los felizes ao completar uma prova é o mais importante”, relatou.

Atletas

Atualmente, ele é guia dos atletas com deficiência visual Adriele Helmer e Marcos Santos, que são namorados, e Evanilson. A responsabilidade é grande. Afinal, Marcos é segundo lugar no ranking nacional de 800 metros e Adriele é quarta colocada no ranking dos 5 mil metros e 1,5 mil metros. Já Evanilson treina para as provas de 1,5 mil metros e 800 metros.

José Paulo acompanha Adriele nos treinos e provas

José Paulo é treinado por Ernesto, que também é deficiente. “A gente conversa muito. Foi atleta. Após formar, quero conciliar meu trabalho para ser auxiliar dele. Quando comecei trabalho de guia, não consigo me ver fora disso”.

Corridas

Os treinos de corrida são voltados para o trabalho de guia. Mas as corridas também fazem parte de sua rotina. Tanto é que, com pouco menos de dois anos de corredor, já pegou pódios por faixa etária e geral. “A corrida para mim é lazer. Tenho amigos que correm e treinamos juntos. Comecei com provas curtas e já fiz duas meias maratonas”.

Parabéns pelo trabalho, José Paulo, e boa sorte para seus atletas. 

 

5 Replies to “Corredor guia tem vitória dupla a cada desafio com atletas cegos

  1. Acho muito lindo esse trabalho de guia de atletas com deficiência! Gostaria de saber mais sobre esse projeto do IFES, o que é necessário para ser um guia, etc. Sou corredora amadora apaixonada por corridas de rua.

  2. Bom dia, gostaria de tirar uma duvida espero que vocês possam me ajudar sou corredor de rua/rústicas tenho deficiência cognita na mão direita, uso próstese nos dois ouvidos, perda de 70 por cento no olho direito, Assim temos vários evento no municípios da região e nunca tem categorias para PCD, com exceto em São Borja que sempre tem vagas para PCD, os corredores de ruas Deficientes de grau leve, surdos, qual a categoria que se em quadram? Quando um regulamento seja informado que as inscrições são para deficiente visual com guia, e correto eles deficiente de mobilidade motora leve e surdo, sendo deveram competir com os ditos normais, nas categorias gerais por idade? assim peço informa neste respeito o surdo e deficiente e terá que correr com os normais no geral? ele e considerado normal para correr com a categoria da idade dele… fico no aguardo de sua resposta pois pesquisei no google mas não encontrei essa informação.

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