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Fracasso na Copa pode levar Felipão à Euro de 2016

A eliminação diante da Alemanha, no estádio Mineirão, em Belo Horizonte, decreta o fim da linha para o técnico Luiz Felipe Scolari na seleção brasileira

Redação Folha Vitória
Felipão deixa o cargo sem conseguir levar o Brasil ao hexacampeonato Foto: R7

Belo Horizonte - A eliminação diante da Alemanha, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, decreta o fim da linha para o técnico Luiz Felipe Scolari na seleção brasileira. E talvez para sempre. O treinador deixa o cargo sem conseguir a façanha de levar o Brasil ao hexacampeonato da Copa do Mundo, como prometeu tempos depois de assumir o cargo.

A decisão é pessoal e irreversível, uma vez que havia a intenção de a CBF, em breve sob comando de Marco Polo Del Nero, renovar o contrato de Felipão por mais quatro anos, pensando no Mundial de 2018, na Rússia.

Felipão agradece o carinho do torcedor e toda a estrutura montada para a seleção. Lamenta o fracasso.

Seus planos agora são outros. Felipão não vai parar, tampouco se aposentar. Pelo menos não por enquanto, salvo qualquer pedido mais incisivo da mulher, Olga. Não para, mas descansa por um período. O treinador ficará em casa até dezembro. Pretende se manter longe dos campos por seis meses, repensar e remoer o que deu errado na Copa, talvez fazer algumas palestras para empresários e grupos executivos no Brasil e se dedicar aos filhos e à mulher. Felipão continuará morando em São Paulo.

Nesse período, vai observar algumas seleções e começar a fazer contatos para se recolocar em 2015. Ele não tem mais paciência para comandar clubes no Brasil. Já passou por alguns dos melhores. Talvez o único que possa demovê-lo da decisão seja o Corinthians, mas como tem enorme identificação com o Palmeiras, poderá dividir a torcida alvinegra. E isso ele não quer. Seu propósito mesmo é continuar trabalhando com seleções.

O foco é a Eurocopa de 2016, na França. Felipão tem projeto de assumir um time do continente a partir de 2015. Ele acha muito distante se envolver agora com um país diferente do seu pensando no Mundial de 2018, portanto, quatro anos para frente, embora tenha as Eliminatórias para se destacar. Mira a Euro, como fez em 2004 com a seleção de Portugal, que foi vice-campeã do torneio.

Não será fácil, no entanto. As boas seleções estão com treinadores amarrados. A própria Confederação Portuguesa já se manifestou pela manutenção do treinador Paulo Bento, mesmo a despeito de seu relacionamento ruim com os jornalistas do país. A Rússia, uma emergente no grupo depois de ficar para trás após a década de 80, está firme com Fabio Capello, apesar do fracasso na Copa, em que caiu ainda na fase de grupos.

O treinador, um dos mais bem pagos da função, trabalha pensando no Mundial de 2018, cuja sede é a Rússia. Portanto, só uma mudança muito radical tiraria o italiano do cargo. Da mesma forma, a Itália, que ficou sem Cesare Prandelli após a eliminação na primeira fase do torneio da Fifa no Brasil, não aceita técnico estrangeiro na Azzurra.

Felipão tem a seu favor o bom trabalho realizado em Portugal, sobretudo. Pesa contra ele, no entanto, o pouco tempo que ficou no Chelsea e sua dificuldade em lidar com os jogadores do clube inglês. A Eurocopa de 2016, pela primeira vez, terá a participação de 24 seleções, abrindo brecha maior para um "intruso" brasileiro. Serão seis grupos de quatro times. O único garantido até o momento é o time da anfitriã, França.

MENOS EXPOSIÇÃO - Outra mudança na vida de Felipão diz respeito a suas aparições em comerciais de TV. Ao lado de Neymar, o treinador do Brasil era um dos mais requisitados da seleção. Até sua mulher, dona Olga - além do companheiro de trabalho Murtosa -, apareceu em peças publicitárias em todos os meios de comunicação antes e durante o Mundial.

Scolari ganhou, com certeza, muito dinheiro. A não ser que tenha feito algum contrato mais longo com alguns desses patrocinadores, o treinador sumirá do ar a partir de agora.

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