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Palmeiras e Corinthians fazem duelo final no Pacaembu

Redação Folha Vitória

São Paulo - Palmeiras e Corinthians fazem neste sábado, às 16h20, no estádio do Pacaembu, em São Paulo, pela 31.ª rodada, um clássico pelo Campeonato Brasileiro que tem tudo para ser marcante. O confronto ganhou tons nostálgicos e tem um clima de despedida. Porque a partir de agora será uma exceção, um fato raro, assistir a um dérbi no tradicional estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho: o Itaquerão já está pronto e o Allianz Parque será inaugurado no mês que vem.

Desde 1940, quando o estádio foi inaugurado, os rivais travaram diversos confrontos nos quais não faltou emoção para os dois lados. Um exemplo é o Campeonato Paulista de 1954, quando o Corinthians levantou o título do IV Centenário.

Do lado alviverde também houve conquistas importantes. Uma das mais marcantes foi a do Brasileirão de 1994, quando o Palmeiras venceu o jogo de ida por 3 a 1, com gols de Rivaldo (duas vezes) e Edmundo. No da volta, a partida ficou no 1 a 1. Os dois jogos foram disputados no Pacaembu. Com o resultado, o time de Palestra Itália conquistou seu último título do campeonato nacional.

Como o Pacaembu é o assunto do clássico, para quem gosta de tabus e jejum, há uma estatística que favorece o Corinthians: a última vez que o time perdeu um dérbi na sua "antiga casa" foi há 19 anos. A última vitória do Palmeiras no estádio foi em setembro de 1995: 2 a 0, gols de Muller e Antônio Carlos.

Mas os tempos são outros. O Palmeiras ainda luta para se afastar de vez da zona de rebaixamento. Tem 35 pontos, quatro a mais que o Vitória, primeiro time dentro da zona da degola. Apesar da situação não ser das mais agradáveis, vai a campo cheio de confiança após surpreender e empatar com o líder Cruzeiro por 1 a 1, em Belo Horizonte.

Uma prova do quanto todos no clube querem ganhar o clássico é o fato de o Palmeiras ter agido nos bastidores para que Valdivia estivesse em campo. Ele seria julgado na última quarta-feira pela expulsão contra o Flamengo e, provavelmente, seria punido com a suspensão de mais um jogo, desfalcando o time no clássico. Mas a diretoria decidiu retirar o pedido de efeito suspensivo para que ele cumprisse a pena diante do Cruzeiro e ficasse livre para este sábado.

Mano Menezes, técnico do Corinthians, não gostou da manobra, mas admitiu que o chileno exige atenção redobrada. "O Valdivia faz a diferença e merece um cuidado especial, pode desequilibrar a partida num lance. E o Palmeiras sabe disso", disse.

Apesar da expectativa e da euforia, o técnico Dorival Júnior tenta tirar a pressão da partida e trata o confronto como outro qualquer. "Torcedor tem que saber que cada ponto será fundamental e precisa ser comemorado. A preocupação é sempre com o próximo jogo", explicou.

Além de Valdivia, outra novidade no lado verde são o retorno do zagueiro Lúcio, recuperado de dores na coxa esquerda, e a volta do volante Marcelo Oliveira, que não pôde enfrentar o Cruzeiro por ainda pertencer ao clube mineiro. Dorival Júnior não confirmou o time e a principal dúvida é se ele mantém Mazinho ou coloca Mouche, que entrou bem e fez um gol diante do Cruzeiro. Henrique, artilheiro do Brasileirão com 14 gols, está confirmado no ataque.

SEM SUA ESTRELA - O Corinthians, que vem de duas vitórias e voltou ao G4, tentou de tudo para escalar Guerrero no clássico. Mas o clube só conseguiu, junto ao STJD, que a punição fosse reduzida de três para dois jogos.

Mano Menezes não quis confirmar o ataque, mas a tendência é que Luciano comece jogando como titular, apesar de ir bem quando entra no decorrer dos jogos. "Não acredito muito nisso, nessa história de que jogador entra bem e não inicia bem. O Luciano já fez bons jogos iniciando uma partida", disse o treinador.

Em comum, Palmeiras e Corinthians vão atuar com um atacante apenas. O jogo deve ter um meio de campo congestionado, com muita pegada e marcação. Nos dois últimos jogos, o time alvinegro melhorou quando Mano Menezes passou a escalar mais um armador. Foi assim que a equipe se recuperou da eliminação para o Atlético Mineiro na Copa do Brasil. E o rival alviverde só voltou a vencer quando Valdivia reapareceu no time, o que justifica a "engenharia" que o clube fez para escalá-lo.

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