Centro Olímpico do Espírito Santo pode fechar suas portas a menos de 500 dias da Rio 2016
Diretor e técnicos do Coes reclamam de crise financeira e da postura da Secretaria Estadual de Esportes ao extinguir cargos administrativos do projeto
Em entrevista coletiva, concedida na tarde desta quinta-feira (26), técnicos de vários esportes que fazem parte do Centro Olímpico do Espírito Santo (Coes) disseram que o projeto pode fechar.
Além da redução no investimento ao Centro, que culminou com cortes de cinco cargos administrativos, entre eles do diretor executivo, Helvio Affonso, os dirigentes se queixam da forma como foram informados da decisão pela Secretaria Estadual de Esportes (Sesport).
“A gerência da Sesport invadiu uma reunião e disse que os cargos estariam extintos, o que é ilegal pois não sou funcionário da Secretaria, mas do Instituo de Desenvolvimento do Esporte (Ideas), que têm o contrato com o Estado para cuidar do projeto COES”, informou Helvio.
Criado em 2012 para formar novos atletas no Espírito Santo, o Centro Olímpico reuniu esportistas em diversas modalidades que conquistaram, nos últimos dois anos, 1200 medalhas em competições estaduais, nacionais e internacionais.
Os técnicos dizem estar sendo punidos, mesmo com os bons resultados alcançados. Há dois anos, 11 atletas capixabas vestiam a camisa da seleção brasileira em diversas modalidades; atualmente, são 38.
Com a crise do Coes, é possível que alguns atletas de alto nível deixem de treinar no Estado, como Natália Gaudio, da ginástica rítmica, que está perto de aceitar proposta para ir treinar em São José dos Campos, São Paulo.
Resposta da Sesport
A gerente de Formação e Rendimento da Secretaria, Fabiana Teixeira, negou ter invadido a reunião e disse que os cortes são necessários porque o Governo Federal reduziu em 25% os recursos para o projeto do Coes.
Fabiana também disse que não há atraso de pagamento dos técnicos e que os equipamentos são de responsabilidade do Ideas, que mantém o projeto.
