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Morre garota com câncer terminal que atuava no basquete universitário dos EUA

Redação Folha Vitória

Cincinnati - Lauren Hill comoveu os Estados Unidos e o mundo no fim de 2014, quando realizou o sonho de jogar no basquete universitário apesar de um câncer cerebral terminal. Nesta sexta-feira, no entanto, a doença a levou. A jovem de 19 anos morreu pela manhã, mas deixou para trás uma verdadeira lição sobre força de vontade e mais de US$ 1 milhão que ajudou a arrecadar para pesquisas sobre diversos tipos de câncer.

Lauren descobriu em novembro de 2013 ser portadora de DIPG, um raro tipo inoperável de câncer cerebral que vitima 90% de suas vítimas em até 18 meses. A jovem acabou virando parte desta maioria nesta sexta-feira, mas não sem antes criar um verdadeiro legado nestes últimos meses de vida.

Ainda criança, Lauren começou a jogar basquete. Seu sonho era atuar na liga universitária dos Estados Unidos. Ela entrou no time da faculdade de Mount St. Joseph no ano passado, mas os médicos não sabiam qual seria sua condição física no dia 15 de novembro, quando o campeonato teria início.

O técnico Dan Benjamin, então, correu atrás de um acordo com a Universidade Haram, adversária de Mount St. Joseph na primeira rodada, para que a partida fosse antecipada. No dia 2 de novembro, então, as arquibancadas do ginásio da Universidade de Xavier estavam lotadas, com 10.250 pessoas que queriam acompanhar Lauren. O caso chamou tanta atenção que foi transmitida em todo território nacional pela televisão.

E foi aí que a história ganhou contornos de conto de fadas. Lauren começou jogando e marcou a primeira cesta da partida, para delírio geral. Sem poder jogar muito tempo, por conta da exaustão que o tratamento contra o DIPG lhe causava, foi para o banco. De lá, com óculos escuros e fones de ouvido, já que o barulho da torcida e o brilho das luzes do ginásio poderiam lhe prejudicar, acompanhou o resto da partida. "Nunca me senti tão bem na vida", disse ela na época.

A determinação de Lauren e os poucos minutos em quadra foram suficientes para chamar a atenção para a fundação que ajudou a criar. Desde então, a The Cure Starts Now, que tem como objetivo arrecadar fundos e ajudar nas pesquisas sobre o câncer, arrecadou cerca de US$ 1,5 milhão.

"Pela captação de recursos e o esforço da Lauren, ela não só se tornou um raio de luz na falta de recursos para a pesquisa sobre o câncer, mas com certeza se tornou um farol que guiará os pesquisadores por muitos anos pela frente", disse Brooke Desserich, outro cofundador da The Cure Starts Now.

"Nós seremos eternamente gratos porque tivemos a graça da Lauren no nosso campus, com seu sorriso e espírito determinado. Ela deixou um legado poderoso. Ela nos ensinou que cada dia é uma bênção, cada momento é um presente", comentou o presidente da universidade Mount St. Joseph, Tony Artez, em comunicado.

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