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Esportes olímpicos reclamam e dizem que críticas de Vizer não têm legitimidade

Redação Folha Vitória

Zurique - Foram 31 dias de reações contra a postura de Marius Vizer na abertura do Congresso Anual da SportAccord até o golpe derradeiro fosse dado nesta sexta-feira. Número 2 do esporte olímpico, o italiano Francesco Ricci Bitti, presidente da Associação das Federações Internacionais de Esportes Olímpicos (ASOIF), mandou uma "cala boca" em Vizer, até o mês passado um aliado histórico.

"Peço-te educadamente que se abstenha de falar publicamente em nome das federações internacionais, uma vez que elas não se sentem representados pela SportAccord e, mais importante, não concordam com a sua opinião ou a posição que você tem tomado", pediu Ricci, em carta endereçada a Vizer e obtida pela agência de notícias Associated Press.

Quando Vizer fez duras críticas ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e sugeriu a criação de um evento concorrente aos Jogos Olímpicos, a ASOIF, que representa todos os esportes olímpicos de verão conjuntamente, logo se desfiliou da SportAccord. A carta, na ocasião, foi assinada por todas as federações ligadas à ASOIF, com exceção da de judô (IJF), presidida por Vizer.

Dia após dia, as federações foram realizando suas reuniões internas e oficializando suas desfiliações da SportAccord, entidade que reúne sob seu guarda-chuva os mais variados atores do esporte, entre federações não-olímpicas, sindicatos e organizadores de evento. Com a esgrima, nesta sexta, já são 20 federações oficialmente fora da SportAccord.

Para tentar evitar a debandada, na quinta-feira Vizer lançou sua própria agenda de reformas no COI, com 20 itens, entre os quais aumento no repasse de verbas para as federações internacionais e autorização para que os presidentes destas entreguem medalhas nos Jogos Olímpicos. Um dos pontos mais polêmicos da lista de Vizer está a premiação em dinheiro para os medalhistas olímpicos.

Se havia qualquer dúvida de que Vizer falava com as paredes, a fala de Ricci, presidente da federação internacional de tênis, encerra qualquer discussão. "Sua agenda, mais uma vez confirma a ambiguidade do seu papel como presidente da IJF e o seu desejo de representar outras federações internacionais como presidente a SportAccord. Ela também demonstra uma falta de entendimento da governança e do funcionamento do espírito olímpico."

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