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No Palmeiras, volante Gabriel enfim recebe em dia e trabalha tranquilo

Graças ao bom momento econômico do Palmeiras, ele recebe em dia - o que não acontecia no Botafogo. E também tem à disposição um CT com boa estrutura e um estádio moderno

Redação Folha Vitória

São Paulo - Pela primeira vez desde que se tornou profissional, o volante Gabriel tem as condições ideais para trabalhar. Graças ao bom momento econômico do Palmeiras, ele recebe em dia - o que não acontecia no Botafogo. E também tem à disposição um CT com boa estrutura e um estádio moderno que atrai grande público em todos os jogos.

"Estou encantado com tudo o que estou vivendo. Sei que vou marcar minha história no clube com títulos. Sou um felizardo de estar no Palmeiras e quero desfrutar o máximo do que tenho aqui."

Gabriel supera as dificuldades de início de carreira para brilhar no Palmeiras Foto: Divulgação

Natural de Campinas e titular absoluto do time alviverde, ele iniciou a carreira no Paulínia como meia-atacante e atuou lá por seis anos, até um dia que encarou o Botafogo pela Copa São Paulo e despertou o interesse do clube carioca. Em 2011, chegou ao Rio. E as dificuldades começaram. "O Paulínia, embora seja menor, tinha uma estrutura melhor para a base". Um fato curioso é que ele jogou com Fabinho, lateral-direito convocado por Dunga para a Copa América, no time do interior paulista.

No Botafogo, viveu no alojamento em um quarto com mais 20 garotos. Havia apenas um banheiro para todos, e do chuveiro só saía água gelada. "Dava problema na descarga, o jeito era usar do mesmo jeito", lembrou. Ele morava em Marechal Hermes e pegava diariamente trem lotado e um ônibus para, depois de duas horas, chegar ao treino em Niterói.

Algumas vezes, quando iam almoçar, eram surpreendidos. "A tia da comida deixava uns pratos feitos para gente, mas tinha cinco pratos para dez garotos", lembrou. Sem refeição, o jeito era improvisar e apelar para cachorro-quente ou pizza.

Ele conta que no ano passado chegou a ficar oito meses sem receber direitos de imagem (maior parte dos honorários). Sempre que o atraso no salário ia completar três meses, o Botafogo pagava para evitar perdê-lo na Justiça. "No ano passado recebi só dois meses de direitos de imagem e uns três ou quatro de salário", disse, sem saber se um dia receberá o restante.

Ele conta que o holandês Seedorf, bem de vida por causa do dinheiro que acumulou jogando em clubes como Real Madrid, Ajax e Milan, pagava gasolina e dava dinheiro para alguns atletas conseguirem comprar fraldas para seus filhos.

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