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Dirigentes da CBF asseguram que seleção brasileira não está 'abandonada' no Chile

Ele é o único dirigente que fica todo o tempo com a delegação. Feldman e o chefe da delegação, João Doria Jr., alternam a presença com viagens ao Brasil

Redação Folha Vitória
Feldman disse que a CBF não foi omissa na questão da expulsão de Neymar Foto: Divulgação

Santiago - Os dirigentes da CBF que estão em Santiago asseguram que a seleção brasileira não está abandonada durante a realização da Copa América. "Não existe nenhum minuto que a direção da CBF não esteve nem estará presente", disse neste domingo o secretário-geral da entidade, Walter Feldman. "Acredito que é uma das seleções brasileiras que têm mais suporte nos últimos tempos", acrescentou o diretor de marketing da entidade, Gilberto Ratto.

Ele é o único dirigente que fica todo o tempo com a delegação. Feldman e o chefe da delegação, João Doria Jr., alternam a presença com viagens ao Brasil. "Eu cumpro o meu papel institucional, diplomático, de representar a CBF nos encontros diplomáticos, com as confederações, federações, e também no acompanhamento ao lado dos jogadores para que eles sintam que estamos presentes", afirmou Doria Jr.

Ele reiterou que aceitou o convite para chefiar a delegação feito pelo presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, sob a condição de não ficar no Chile em tempo integral. "É difícil para um empresário se ausentar (de suas atividades) durante 30 dias seguidos", disse.

Feldman disse que a CBF não foi omissa na questão da expulsão de Neymar. "Acompanhamos como deve ser. Nós não deveríamos em nenhum momento fazer qualquer tipo de pressão sobre aqueles que tomariam a decisão, respeitamos o aspecto jurídico", afirmou.

Desde que a seleção chegou ao Chile, é raro ver algum dirigente brasileiro junto com a delegação. Nos treinos, não aparecem. No hotel em que o grupo se concentra, não participam da maioria das atividades do elenco (refeições, reuniões). Nos jogos, passam pelo vestiário, mas é mais fácil serem vistos nas tribunas, com cartolas de outros países - os que aparecem porque muitos também optaram por não dar as caras depois que o escândalo de corrupção na Fifa veio à tona.

É um comportamento bem diferente do que acontece tradicionalmente. Até recentemente, inclusive na administração de José Maria Marin, era comum ver o chefe de delegação, normalmente gente ligada ao futebol, junto dos atletas. Alguns também tratavam de assuntos de interesse da seleção. Marin e Del Nero estavam sempre presentes.

Agora, não. A agenda de Doria Jr. e Feldman tem compromissos com autoridades, diplomatas, visitas de cortesia. Também tem encontros com dirigentes, mas tudo de maneira muito formal. Nos primeiros dias de treinos para a Copa América, quando a seleção ainda estava em Teresópolis (RJ), Feldman havia defendido a nomeação de Doria Jr. - feita antes de explodir o escândalo. "Confiamos plenamente nele, o presidente está seguro da decisão. Faz parte de sua política de abertura, de participação", disse o secretário-geral, ele mesmo um "estranho no ninho" no ambiente da seleção.

Del Nero estaria arrependido de nomear Doria Jr. por sua falta de traquejo em momento tão delicado. Foi por isso, e por não poder deixar o Brasil durante a crise, que colocou Feldman para ajudar o empresário. Mas o fato é que Dunga está desprotegido. A rigor, só ele se expõe porque até o coordenador Gilmar Rinaldi anda avesso ao contato com a imprensa.

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