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Caio Souza dá show na ginástica e fica em quarto lugar em final de alto nível

Tratado como grande revelação da ginástica artística masculina, o garoto esteve em Nanning no ano passado, mas sofreu uma lesão na véspera da estreia

Redação Folha Vitória
Atleta ficou em quarto lugar na disputa individual de ginástica artística masculina no Canadá Foto: ​Estadão Conteúdo

Toronto - A ginástica artística do Brasil conheceu nesta segunda-feira um novo candidato a ídolo. Caio Souza mostrou que, aos 21 anos, já está entre os melhores do mundo. Não pelo quarto lugar nos Jogos Pan-Americanos de Toronto no individual geral, mas pelo desempenho. A nota 88,850 faria dele o oitavo melhor do Mundial do ano passado, logo atrás de Sérgio Sasaki. Mas o gosto amargo fica. Caio liderou a prova e, mesmo com apresentações de alto nível, praticamente sem falhas, foi perdendo posições até o último aparelho, quando o bronze escapou. Lucas Bittencourt terminou em nono.

O bom desempenho no Pan vem como compensação para Caio. Tratado como grande revelação da ginástica artística masculina na geração posterior a Sergio Sasaki, o garoto esteve em Nanning (China) para o Mundial do ano passado, mas sofreu uma lesão na véspera da estreia e acabou não se apresentando. Diego Hypolito entrou no time e ganhou o bronze no solo.

Agora foi a vez de Diego se machucar a ficar fora do Pan. Os dois foram demitidos juntos do Flamengo, no início de 2013, e passaram a treinar no Pinheiros, sem contudo defender o clube paulista. Em meados do ano passado, os dois fecharam com São Bernardo do Campo (SP), deixando o técnico Renato Araújo.

Em Toronto, Caio mostrou que já se aproxima do nível de Sergio Sasaki, que também foi demitido do Fla, mas que segue com Araújo. Foi o melhor brasileiro na conquista da prata por equipes, ficou em quarto no individual geral e, nos próximos dois dias, tem chances reais de pódio no solo, no salto e nas barras paralelas.

Os EUA garantiram o ouro com Samuel Mikulak, que somou 89,650. O cubano Manrique Larduez, fenômeno de apenas 19 anos somou 89,600 pontos para ficar com a prata, mas sua nota no último aparelho foi vaiada pelo público, considerada mais baixa do que deveria ser. Jossimar Calvo faturou o bronze para a Colômbia (89,400), depois de tirar Caio Souza do terceiro lugar no último aparelho. Todos fizeram resultado de Top 8 do Mundial.

SHOW - Se no sábado, na apresentação da fase de classificação - que valeu também como final por equipes -, o solo foi o calcanhar de Aquiles do Brasil, na final desta segunda-feira Caio tratou logo de afastar o fantasma. Marcou excelentes 14,950 no aparelho, desempenho que faria dele candidatíssimo à medalha no aparelho.

A apresentação no primeiro aparelho deu confiança a Caio, que passou ileso pelo cavalo com alças, no qual diversos rivais falharam na primeira rotação. Com 14,400 pontos (também desempenho de finalista no aparelho), manteve-se na liderança.

Dali, seguiu para as argolas. No aparelho em que vai pior, igualou o resultado de sábado, com 14.600, e caiu para o segundo lugar. A única frustração veio no salto. Melhor da fase de classificação, com direito a um salto de 15.250, não repetiu o desempenho nesta segunda. Mas os 15,000, também dignos de medalha no aparelho, o mantiveram em segundo.

Outros 0,200 pontos foram perdidos nas barras paralelas. Afinal, Caio teve um bom desempenho, de 15,250, mas não repetiu o resultado de sábado. O norte-americano Donnell Whittenburg, entretanto, deu show e se igualou a Caio no segundo lugar.

No último aparelho, a barra fixa, Lucas recebeu 14,650, melhorando o resultado da classificação. Mas o colombiano Calvo deu show. Com 15,750, de longe a melhor nota do aparelho no Pan, assumiu o terceiro lugar. Ficou 0,550 pontos à frente do brasileiro. No fim, os 0,450 pontos perdidos não fizeram diferença.

LUCAS - Sétimo da fase de classificação, Lucas Bittencourt não estava na mesma rotação dos candidatos à medalha. Por isso, sua ordem de apresentação foi diferente dos demais, o que permitiu a ele aparecer como um dos primeiros colocados em determinados momentos da prova. O brasileiro, também de 21 anos, entretanto, terminou em nono.

Teve 14,350 no cavalo com alças, 14,350 nas argolas, 14,900 no salto, e depois falhou nas barras. Tirou 13,650 nas paralelas e, com uma queda, apenas 12,650 na fixa. Depois, fechou a competição com 12,850 no solo. Um total de 82,750. Melhor do que na classificação, mas bem aquém dos 84,031 do Mundial.

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