Esportes

Com salários atrasados, brasileiros da canoagem boicotam evento-teste no Rio

O grupo reclamou também das más condições das instalações usadas no Rio. Os atletas estão nos alojamentos da Escola de Educação Física do Exército, na Urca

Redação Folha Vitória
Isaquias de Queiroz e outros três atletas decidiram não competir Foto: Divulgação

Rio - O evento-teste da canoagem velocidade para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro começou nesta sexta-feira com um protesto dos principais atletas brasileiros. Isaquias Queiroz, Erlon de Souza, Nivalter Santos e Ronilson de Oliveira resolveram não competir na Lagoa Rodrigo de Freitas. Campeão mundial, Isaquias foi o porta-voz dos companheiros e explicou que não recebem salários da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) há oito meses.

A verba da entidade é obtida via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mas, segundo Isaquias, não está sendo repassada aos atletas. "Não paramos de treinar, continuamos trabalhando, mesmo sem receber da confederação desde fevereiro", afirmou o principal atleta brasileiro da modalidade, em entrevista ao canal SporTV.

O grupo reclamou também das más condições das instalações usadas no Rio. Os atletas estão nos alojamentos da Escola de Educação Física do Exército, na Urca, e são acordados todos os dias às 5h pelo apito de despertar do local. "Queria saber em qual hotel o presidente [da confederação] está dormindo?", disparou Isaquias, referindo-se a João Tomasini Schwertner.

O evento-teste, que termina no domingo, serve para testar a Lagoa Rodrigo de Freitas para os Jogos Olímpicos de 2016. Serão testados, por exemplo, o sistema de GPS para divulgação dos resultados, cronometragem, instalações (mesmo sem uma arquibancada flutuante prevista para a competição do ano quem vem), controle antidoping e organização. A qualidade da água, que já gerou questionamentos por ocasião do evento-teste de remo, também volta aos holofotes.

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