Esportes

Wambach se despede do futebol feminino com derrota em amistoso pelos EUA

Redação Folha Vitória

New Orleans - Abby Wambach se despediu do futebol com derrota. Na noite de quarta-feira, a agora ex-jogadora, um dos principais nomes da história do futebol feminino, não conseguiu sair com vitória em seu jogo final com a seleção dos Estados Unidos. Em New Orleans, as norte-americanas perderam por 1 a 0 para a China, na primeira derrota do time em casa em mais de uma década. Mas esses revés não atrapalhou a festa pela extraordinária carreira de Wambach.

"Esta noite é uma celebração", afirmou Wambach. "O resultado, obviamente, é chato. Seria melhor se tivéssemos vencido, mas a realidade é que eu disputei muitos jogos. Este resultado não molda, determina ou define a minha carreira".

O único gol da partida foi marcado aos 13 minutos do segundo tempo pela atacante chinesa Wang Shuang. Wambach disse que suas companheiras de equipe se desculparam com ela pela derrota. "Não há nada para se desculpar. Hoje não foi sobre conquistar um resultado".

A maior artilheira do futebol feminino entre as seleções, com 184 gols, atuou até os 27 minutos do segundo tempo, quando deixou o campo, ovacionada. "Eu amo esta equipe",afirmou. "Tem sido um prazer e uma honra representar a todos vocês, os torcedores, durante o tempo que eu tive condições de fazê-lo".

Os Estados Unidos, que venceram o Mundial Feminino de Futebol neste ano, estava invicto em casa há 104 jogos, desde 2004, quando perdeu por 3 a 1 para a Dinamarca na Filadélfia. Wambach começou essa partida no banco de reservas e depois entrou em campo. Após esse tropeço, a seleção somou 91 vitórias e 13 empates no país até cair na noite de quarta.

A aposentadoria de Wambach, de 35 anos, é considerada o fim de um longo ciclo no futebol feminino pela revolução que ela causou na forma de atuar das jogadoras. Ela se tornou uma das jogadoras mais icônicas do futebol feminino nas últimas décadas, conhecida pela força física e a potente finalização, seja com o pé ou com a cabeça.

Sua habilidade em campo e sua luta pelos direitos dos homossexuais - é casada com outra jogadora de futebol, Sarah Huffman, desde 2013 - fizeram inclusive com que fosse incluída na lista de 100 pessoas mais influentes do mundo da Revista Time em 2015.

Mas foi mesmo dentro de campo que Wambach viveu seus momentos mais gloriosos, principalmente com a camisa da seleção dos Estados Unidos. Foi tetracampeã mundial, em 2003, 2007, 2011 e 2015, além de duas vezes campeã olímpica, em 2004 e 2012. Em Atenas, há 11 anos, foi a responsável por marcar o gol na prorrogação da decisão diante do Brasil, que fez com que as comandadas de René Simões ficassem com a prata - o vídeo desse gol, inclusive, foi exibido antes do amistoso de quarta-feira.

Pontos moeda