Esportes

Ministro diz que assumirá responsabilidade se Rússia for punida por doping

Redação Folha Vitória

Moscou - É cada dia maior a pressão para que o Comitê Olímpico Internacional e a Agência Mundial Antidoping (Wada) vetem a participação da Rússia nos Jogos Olímpicos do Rio, em consequência das crescentes denúncias de doping sistemático por lá. Um claro sinal disso foi dado na segunda-feira à noite, pelo próprio ministro do Esporte da Rússia, Vitaly Mutko.

Principal dirigente esportivo da Rússia, ele inicialmente defendia a tese de que tudo não passava de uma conspiração contra o esporte russo. Depois, passou a culpar os atletas individualmente, citando, por exemplo que a tenista Maria Sharapova e a nadadora Yulia Efimova são radicadas nos Estados Unidos. Agora, ele admite assumir a responsabilidade pelas possíveis punições à Rússia.

"Eu nunca fugi de assumir a culpa, uma vez que eu sou completamente responsável pelo desenvolvimento e pela implementação de políticas esportivas. Em caso de algo dar errado, eu assumo totalmente a responsabilidade e não vou me esconder", afirmou Mutko em entrevista a um talk show na televisão russa.

A situação da Rússia tende a ficar ainda mais complicada na próxima semana, quando o canal alemão de televisão ARD vai levar ao ar o quarto episódio da série de documentários que deflagrou o escândalo de doping em Moscou. O primeiro foi exibido em dezembro de 2014 e, desde então, a Rússia só se afundou no escândalo.

Entre os muitos problemas está a suspensão da Federação Russa de Atletismo (ARAF, na sigla em inglês) por parte da IAAF. A Associação das Federações Internacionais de Atletismo avalia no próximo 17 se readmite a Rússia como associada, o que parece cada vez mais improvável.

A reanálise de amostras de sangue e urina colhidas nos Jogos Olímpicos de Pequim e Londres encontrou 54 resultados analíticos adversos. Desses 22 são de atletas da Rússia. Além disso, o ex-chefe do laboratório antidoping de Moscou, Grigory Rodchenkov, revelou ao The New York Times que, sob orientação de autoridades do esporte russo, amostras de atletas russos eram trocadas durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014, poupando de punição dezenas de atletas russos que competiram sob efeito de doping.

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