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No clássico paulista de torcida única, a paz reinou no estádio do Morumbi

Redação Folha Vitória

São Paulo - São Paulo e Palmeiras se enfrentaram neste domingo, no estádio do Morumbi, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro, com um clima diferente. Os gritos de provocações entre torcedores foram substituídos pelos cânticos dos são-paulinos tirando sarro dos rivais, sem qualquer resposta. O primeiro clássico disputado com torcida única na cidade de São Paulo foi em paz, mas parecia incompleto.

Os jogadores do Palmeiras, mesmo fora de casa, sempre se aproximam do setor onde sua torcida está e os saldam. Neste domingo, não fizeram isso. Já os são-paulinos puderam chegar com tranquilidade ao Morumbi e sem qualquer preocupação de usar a camisa do time, por exemplo, por receio de encontrar rivais nas imediações do estádio.

Algo que chamou atenção foi justamente o aumento considerável de torcedores com camisa ou blusa do time. "Eu sempre venho em clássico, mas não gostava de usar nada do São Paulo. Usei uma vez, há uns 10 anos, encontrei um grupo de corintianos no metrô e quase apanhei", lembrou Régis Damasceno, que vestia o uniforme número 2, listrado de vermelho e preto.

O que poderia ter sido melhor foi o público presente. Até o sábado, havia sido vendido apenas 11 mil ingressos, o que criou um cenário de que teríamos um dos piores públicos em clássico justamente neste que seria o primeiro em que os torcedores não precisavam ter a preocupação de violência. Entretanto, no total, 21.016 são-paulinos estiveram presentes e, se não lotaram o Morumbi, pelo menos conseguiram fazer barulho suficiente para apoiar o time.

Os poucos torcedores que estiveram no estádio precisaram chegar cedo ou comprar o ingresso com antecedência, pois as bilheterias do Morumbi fecharam ao meio-dia, embora o jogo fosse às 16 horas. Este procedimento era padrão em clássicos, mas poderá ser revisto para os próximos jogos.

Na frente da praça Roberto Gomes Pedrosa, o torcedor Paulo Ricardo da Silva olhava admirado o Morumbi, segurando o filho Artur no colo e ao lado da mulher Silvana. "É o primeiro clássico que eu venho no estádio. Só vim porque achei que seria mais seguro e aproveitei para trazer a família. Sei que as pessoas estão criticando torcida única, mas para mim isso foi ótimo. Posso ir ao jogo sem medo e os vândalos ficam longe do estádio", contou o são-paulino, que usava uma camisa amarela semelhante a do ex-goleiro Rogério Ceni.

A Polícia Militar também parecia comemorar a ausência de palmeirenses. O policiamento era grande em torno do Morumbi, mas muito mais por prevenção. A reportagem chegou a passar pelo setor onde entrariam os visitantes e viu uma movimentação pequena de são-paulinos.

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