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Em meio a muitos problemas, Brasil tenta golear o Haiti na Copa América

Após o empate entre Brasil e Equador (0 a 0) na estreia, a possibilidade de o primeiro lugar no Grupo B do torneio ser definido no saldo de gols é real

Redação Folha Vitória
Jonas e Hulk são esperanças de gols para a seleção brasileira Foto: ​Rafael Ribeiro/CBF

Orlando - Dunga tem razão quando diz que jamais enfrentou tantos problemas ao disputar uma competição como treinador da seleção brasileira. Foram seis cortes, mudanças de locais de treino por más condições de gramado e até por um ataque que deixou dois mortos, semana passada em Los Angeles. Nada disso, porém, serve de atenuante para a equipe que nesta quarta-feira enfrenta o Haiti às 20h30 (de Brasília), pela Copa América. Ou vence, e bem, ou a desconfiança e a pressão podem aumentar de maneira dramática.

É lugar-comum no futebol dizer que, em determinadas situações, um time não tem alternativa senão vencer. É o caso exato desta noite no Camping Wordl, o novo nome do estádio de Orlando que ficou conhecido como Citrus Bowl e que tem gramado sintético, mas recebeu uma camada de grama de rolo. A fraqueza do adversário e as circunstâncias justificam a exigência não só da vitória, mas também que seja por boa margem de gols.

Após o empate entre Brasil e Equador (0 a 0) na estreia, a possibilidade de o primeiro lugar no Grupo B do torneio ser definido no saldo de gols é real. Pode mudar, claro, pois esta é a segunda de três rodadas. Mas no momento é real e para os brasileiros fazer muitos gols é a melhor solução, até porque Peru e Equador jogam mais tarde (às 23h de Brasília).

Apesar de tudo, Dunga preferiu ser comedido. "Tem de respeitar o adversário e buscar a vitória. O que vai acontecer durante a partida são outras coisas", disse, nesta terça-feira, sem usar a palavra goleada. "Mas não mudou nada. O Brasil tem de jogar sempre para vencer."

Vencer e golear, nesse caso específico. Até jogar futebol convincente não será item tão necessário esta noite, porque o nível do Haiti - time esforçado, que vai tentar mostrar que seu sistema defensivo é forte (e por vezes violento), e que corre muito - dificilmente permitirá que se tire conclusões sobre uma possível evolução da seleção. Mas fazer saldo será um indicador importante para a sequência no torneio.

Ainda mais quando o próprio técnico do adversário admite que vencer o Brasil não é algo que cogite nem em seus sonhos, como admitiu nesta terça-feira o francês Patrice Deveu. "Pode ser pretensioso dizer que podemos ganhar, mas temos chances de conseguir um bom resultado", espera o treinador da equipe caribenha, deixando nas entrelinhas que "bom resultado", no caso, é perder de pouco.

Ainda assim, na seleção brasileira ninguém quer cair na "armadilha" de falar em goleada. "Nessa fase, não devemos pensar em golear e sim em vencer para chegarmos vivos na última rodada (contra o Peru)", disse depois do jogo com o Equador o centroavante Jonas. Ele, aliás, está com a vaga ameaçada por dois concorrentes que andam em alta com Dunga: Lucas Moura e Gabriel.

Embora o treinador não tenha dado indícios claros de que vai alterar a equipe que iniciou contra o Equador, disse nesta terça-feira ser importante manter a base para, "dependendo do jogo ir fazendo algumas alterações". Nesse caso os critérios são as condições físicas e técnica dos atletas e "principalmente as características dos adversários".

Na zaga, embora Miranda tenha treinado nesta terça-feira, o mais provável é que Marquinhos permaneça. Ele foi bem contra o Equador e além disso o Haiti não exige sacrifício do capitão.

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