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China negocia criação de torneio para rivalizar com a Liga dos Campeões da Europa

Redação Folha Vitória

Genebra - A China se prepara para promover o maior terremoto financeiro na estrutura do futebol mundial das últimas décadas. A empresa chinesa Dalian Wanda negocia a criação de um mega torneio de clubes europeus para rivalizar com a Liga dos Campeões.

Segundo o Financial Times, as conversas já começaram. O Estadão.com confirmou com fontes da Uefa que a ofensiva tem ocorrido nos últimos meses nos bastidores, sendo liderada pelo bilionário chinês, Wang Jianlin.

A ideia do grupo é de que o novo torneio tenha pelo menos 40 times e que as cinco maiores ligas da Europa - Itália, Espanha, Inglaterra, Alemanha e França - tenham garantido seis clubes no evento anual. Outros países, segundo os planos, teriam uma participação reduzida no novo torneio.

Segundo membros da Wanda, a meta na negociação é a de conseguir atrair o interesse dos grandes clubes europeus, principalmente aqueles com forte audiência de TV. Para convencer os dirigentes, os chineses apontam para ganhos financeiros maiores em comparação aos valores que a Uefa paga hoje.

Marco Bogarelli, diretor da Wanda Sports, não deixa de fazer ameaças. "Muitos jogadores talentosos estão optando por jogar na Ásia, e não na Europa. Um dia, os asiáticos terão dinheiro para levar Cristiano Ronaldo. É algo de interesse comum para as grandes ligas europeias que elas se unam para manter sua liderança", justificou.

Os chineses apontam que já começaram as negociações com as ligas da Espanha e da Itália, enquanto aguardam o final da Eurocopa para falar com o restante do futebol do continente. O grupo Wanda admite que quer negociar com a Uefa. Mas deixa claro que vai adiante com seus planos, mesmo sem a entidade europeia, criando uma liga continental separada.

Desde março, rumores sobre a criação de uma liga independente da Uefa começaram a surgir no mercado, depois que cinco dos maiores clubes ingleses indicaram que estavam em conversas com investidores americanos para avaliar a criação de uma "Super Liga Europeia".

A Associação de Ligas Profissionais da Europa já indicou que é contra a criação do novo sistema que representaria a consolidação da elite do futebol num grupo fechado e que poderia levar os demais clubes pelo continente à falência.

AVANÇO - Mas a negociação tem sido considerada pelos responsáveis do futebol europeu como a ofensiva mais forte da China, desde que o país começou a comprar jogadores e clubes pelo mundo. Hulk foi o último nome de peso a trocar o futebol europeu pelo chinês, enquanto Silvio Berlusconi vendeu o Milan para empresários chineses.

O próprio conglomerado Wanda fechou em março um mega acordo de patrocínio com a Fifa. Segundo um comunicado da entidade na época, isso daria uma maior voz para a empresa influenciar onde grandes torneios ocorreriam no futuro.

O acordo ainda foi simbólico por ser o primeiro contrato milionário assinado pelo novo presidente da Fifa, Gianni Infantino. O acordo, que poderia chegar a US$ 600 milhões, prevê a parceria pelas próximas quatro edições da Copa do Mundo.

Outra iniciativa do conglomerado chinês foi a compra de 20% das ações do Atlético de Madrid.

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