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Na véspera de jogo histórico, técnico de Gales lembra sua trajetória de superação

Redação Folha Vitória

Lyon - Chris Coleman, técnico de País de Gales, falou nesta terça-feira sobre sua trajetória de superação, na véspera de fazer a partida mais importante de sua carreira, contra Portugal, pelas semifinais da Eurocopa.

Os problemas a serem superados começaram quando ele ainda era jogador. Em 2001, com 31 anos, era zagueiro e capitão do Fulham e precisou encerrar a carreira por causa de um grave acidente de carro. Perdeu o controle do seu Jaguar e lesionou gravemente a tíbia e o tornozelo. Quase teve a perna amputada. Demorou um ano para se recuperar fisicamente, tentou voltar ao futebol, mas não conseguiu.

Surgiu então a oportunidade para ser treinador do Fulham, função que exerceu por quatro anos. Depois, passou pela Real Sociedad, mas perdeu o emprego depois de chegar atrasado em uma entrevista coletiva por ter saído para a balada na noite anterior. Entre 2008 e 2012, ele passou por clubes de menor expressão até que surgiu o inesperado convite para assumir a seleção de País de Gales.

O então treinador da seleção, Gary Speed, grande amigo de Coleman, se matou. Na época, teve dúvidas em aceitar o cargo, mas foi convencido por parentes de Speed a assumir o desafio. Antes disso, perambulou por divisões de acesso de ligas da Inglaterra, Espanha e até da Grécia, assim como ficou desempregado por alguns períodos.

"Eu estava desempregado há um ano e meu próximo emprego, que foi de quatro anos após treinar (o Fulham) no Campeonato Inglês, foi na segunda divisão da Grécia", afirmou Colleman nesta terça ao lembrar de seus tempos de total ostracismo.

E ele lembra que foi trabalhar no futebol grego, no modesto Larissa, ao seguir um conselho de Alex Ferguson, consagrado ex-técnico do Manchester United e que ele considera o seu grande mentor no futebol. "Ele apenas me disse: 'Você ficou fora por um ano, não espere. O próximo emprego que aparecer, não importa onde for, pegue'. Então eu fui. Agarrei a chance. Isso foi a melhor coisa que me aconteceu", completou.

Contratado pela seleção galesa após dirigir o Larissa, teve um momento de grande dificuldade já no início de seu trabalho, em 2012, quando País de Gales levou uma goleada por 6 a 1 da Sérvia nas eliminatórias da Eurocopa. "Fiquei em dúvida se seria capaz de permanecer no cargo depois daquele jogo."

Ele permaneceu no cargo e, segundo o presidente da confederação de futebol do país, David Griffiths, fez toda a diferença. "Ele mudou a filosofia. As pessoas ainda falavam sobre Gary Speed, mas Chris conseguiu colocar seu estilo."

Com ajuda de Gareth Bale e Aaron Ramsey conseguiu classificar País de Gales para o primeiro grande torneio desde a Copa do Mundo de 1958. "O espírito do time é real. E isso começou em tempos difíceis, quando tudo era complicado", comentou o treinador.

Nesta quarta-feira, às 16 horas, ele tenta entrar para história ao levar País de Gales para sua primeira decisão de Eurocopa. Para isso, precisa passar por Portugal, em Lyon. A outra semifinal acontecerá na quinta-feira, também às 16h, entre Alemanha e França.

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