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Em busca de patrocínio para vôlei de praia, Ary Graça pede simpatia a jogadores

Redação Folha Vitória

Rio -

Na véspera do início das competições do vôlei na Olimpíada, o presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIVB, na sigla em inglês), o brasileiro Ary Graça, conversou com os jogadores de vôlei de praia na Arena de Copacabana, no Rio de Janeiro. O executivo deu orientações aos atletas e, entre outras coisas, cobrou simpatia e interação das duplas com o público.

A entidade usa a Olimpíada como alavanca para atrair novos patrocinadores para o esporte. A Casa do Vôlei, instalada em um colégio público na Avenida Atlântica durante os Jogos e inaugurada nesta sexta, é um exemplo desse esforço. Graça diz que na modalidade de areia não há patrocínios suficientes para cobrir as despesas de US$ 16 milhões anuais dos torneios.

"A FIVB está investindo US$ 4 milhões por ano para complementar os custos totais. Eles (jogadores) têm que ajudar também. Estamos na Golden era (era de ouro) do vôlei de praia, mais popular esporte em Londres-2012, é uma grande chance", diz Graça. O principal objetivo da Casa do Vôlei, diz, é justamente abrir espaço para conversar com agências e potenciais patrocinadores, entre empresas e governos. Ali vão circular também atletas, funcionando como garotos-propaganda do esporte.

Graça conta que foi ele quem explicou a Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) o que era o "brazilian way" ("jeitinho brasileiro"), na tentativa de acalmar o dirigente sobre os preparativos para os Jogos. Bach afirmou recentemente que teremos uma olimpíada "a la Brasil", o que foi interpretado como uma referência à cultura local de deixar tudo para a última hora, embora ele tenha explicado que queria dizer que tudo seria feito "com paixão".

O brasileiro diz que como presidente da FIVB é uma espécie de "Nações Unidas" do vôlei e não pode dar palpites. "Mas em uma análise técnica acho que a estrutura criada no passado fortaleceu tanto os jogadores do Brasil que podemos estar nas finais na disputa por quatro medalhas (duas na quadra e duas na praia)", disse o dirigente, à reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.

Sobre o caso de doping na Rússia, Graça diz que a FIVB fez uma varredura de seus arquivos de exames para detectar se algum atleta do país havia tido problemas nos últimos dez anos. A resposta foi negativa. Menos de 10% dos testes haviam sido realizados na Rússia, com a maioria feita na Alemanha, Canadá e França.

"Não há preocupação (em ter atletas não limpos) no vôlei", diz. Os russos foram liberados para competir tanto em vôlei de quadra quanto de praia. Nos últimos 12 meses a FIVB realizou 2.300 testes antidoping, em conjunto com confederações continentais.

ATRITO - O presidente da FIVB negou que possa haver constrangimento caso tenha que entregar medalhas à seleção masculina de vôlei, comandada por Bernardinho. O técnico e Graça se desentenderam depois que o dirigente ameaçou processar o jogador Bruninho, filho de Bernardinho, por ter feito críticas a ele em declarações à imprensa. "Não tenho os atletas contra mim", disse.

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