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Governo do Estado ameaça cortar ponto de professores em greve

O secretário estadual de Educação, Klinger Barbosa, afirmou que o Governo está trabalhando para que os professores em greve desde a última segunda-feira voltem para a sala de aulas e cumpram a decisão judicial que suspende a paralisação do movimento. Caso não seja cumprida a determinação, existe a possibilidade de corte no ponto dos grevistas. 

"Estamos aberto ao diálogo, sempre estivemos mantendo esse clima de negociação", explicou. Segundo ele, durante uma reunião na última terça-feira, a secretaria se colocou à disposição dos professores para negociar a pauta de reivindicação, mas não houve acordo.

"Vamos exigir que os professores estejam nas escolas. Existe uma decisão judicial que coloca para nós essa exigência", informou. 

Segundo Klinger, atualmente não há como atender a demanda sobre reajuste salarial, já que a lei eleitoral impede que se conceda qualquer tipo de benefício nesse sentido. "Alguns pontos não podemos atender no momento, como a questão salarial e a dos precatórios", pontuou. 

Manifestação
Depois de mais um dia de protestos dos professores da rede pública estadual na manhã desta quarta-feira (16), o Sindicato dos Trabalhadores na Educação do Espírito Santo (Sindiupes) informou que a greve continuará por tempo indeterminado, mas haverá uma trégua dos protestos neste feriadão.

Mas novas manifestações já estão confirmadas pela categoria, segundo o diretor do Sindiupes, Christovam de Mendonça. As próximas manifestações ocorrem na terça-feira (22) e quarta-feira (23).

“No dia 22 vamos ter protestos nas 11 superintendências regionais e também na Sedu (Secretaria Estadual de Educação), e serão feitos de forma simultânea. Ainda não decidimos o horário, mas provavelmente comece às 9 horas”, disse Mendonça.

Já no dia 23 a categoria realiza uma assembleia  para avaliar a greve e definir os novos rumos. No mesmo dia, após a assembleia,  está prevista uma manifestação em frente ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES). 

“Estamos avaliando onde vamos realizar essa assembleia, mas possivelmente será no Álvares Cabral. Depois seguimos para o Tribunal de Justiça onde está prevista uma manifestação em repúdio a liminar da Justiça que considerou a greve ilegal”, disse Mendonça.

A greve da categoria teve início na última segunda-feira (14). Os professores cobram a aplicação do piso salarial nacional, além do plano de carreira para professores e melhores condições físicas nas unidades escolares.

“Não queremos mais ser recebidos por representantes do governador, queremos uma conversa diretamente com ele. Não abrimos mão de reajuste que reponha nossas perdas salariais nos últimos quatro anos. O reajuste sempre foi abaixo da inflação. Temos uma pauta extensa para tratar com o governo, mas essa é nossa prioridade”, contou Mendonça.

Entenda o caso

No início do mês de março, a categoria entregou uma pauta de reivindicações aos deputados estaduais. Os professores exigem, entre outros temas, o cumprimento da lei do piso, carreira e jornada;  a destinação de 10% do PIB para a educação pública.

No dia 17 de março, um protesto realizado pelos professores terminou em conflito com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Serra. Os docentes foram às ruas pedir mais valorização da classe. A polícia exigia que os professores ocupassem apenas uma faixa da via, o que não foi obedecido. Com a recusa do grupo, a polícia usou spray de pimenta e gás lacrimogêneo.

Já no dia 18, mais de 5 mil professores se reuniram em frente à Assembleia Legislativa em nova manifestação. O protesto teve início na avenida Carioca, em Vila Velha. Os manifestantes atravessaram a Terceira Ponte e, em seguida, foram para o Hortomercado, em Vitória, onde se reuniram com profissionais de diversos municípios capixabas.

No dia 8 de abril, após uma assembleia, os profissionais decidiram entrar em greve e pararam o trânsito. Eles se concentraram na Praça Getúlio Vargas e seguiram em caminhada até o Palácio Anchieta, em Vitória.

Na manhã da última segunda-feira (14), a categoria se reuniu na Praça Duque de Caixas, em Vila Velha. Já na última terça-feira (15), cerca de 500 professores e alunos interditaram as realizaram um protesto pelas ruas de Vitória.  A concentração teve início por volta das 08 horas, na Praça do Cauê, e só foi encerrada por volta do meio-dia.

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