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Grávida perde bebê e família denuncia possível erro médico em maternidade da Serra

Um erro médico pode ter sido a causa da morte de um bebê, antes do parto, na maternidade de Carapina, na Serra.

O pedreiro Maxselem Wagmaker conta que a esposa foi transferida para outro hospital após chegar, com sangramentos, à maternidade de Carapina. “Na parte da manhã, a médica e a minha esposa escutaram o coração da minha filha. Na segunda vez, a médica disse que estava escutando o coração da criança, mas minha esposa não escutou. A minha esposa perguntou sobre o sangramento e a médica disse que foi devido ao exame que ela tinha feito. A médica liberou a minha esposa, disse que a criança só iria nascer depois de duas semanas. O sangramento aumentou durante a madrugada, eu levei minha esposa para a Pró-Matre e lá o médico a encaminhou para o centro cirúrgico. Ele viu que a minha filha estava morta”, relata.

Para Maxselem, se a médica tivesse feito o atendimento correto, a criança poderia estar viva. ”É o pior sentimento possível, estava esperando a vida da minha filha e não pude segurá-la nos braços. Eu a segurei dentro do caixão, sem vida, talvez por causa de uma negligência, de um erro médico, de um atendimento errado. Se eles tivessem atendido a minha esposa na hora que ela chegou com sangramentos, minha filha estaria viva”, conta.

Após perder o bebê, a esposa de Maxselem foi internada. O pedreiro conta que levou o caso para a polícia e quer que a maternidade apure o que aconteceu. “Enquanto não tiver justiça, a dor não vai passar. Isso não vai trazer minha filha de volta, mas pelo menos quem fez isso tem que pagar”, disse. 

O caso deixou preocupados outros maridos de grávidas que buscam atendimento na maternidade. José Roberto contou que a mulher dele, grávida de três meses, teve dificuldade para ser transferida para um hospital. 

Resposta da prefeitura da Serra

A prefeitura da Serra informou, por meio de nota, que está apurando o caso e que procedimentos internos necessários estão sendo tomados. 

Outro caso

No ano passado, uma adolescente de 17 anos alegou que sofreu as consequências de um erro médico ocorrido durante o parto normal de sua primeira filha na maternidade de Carapina, na Serra. A pequena Camille nasceu no dia 27 de abril de 2013. Mas o que deveria ser sorrisos, tornou-se lágrimas. Kathyanne Miranda não teve dilatação suficiente e o parto forçado acabou gerando uma lesão física e emocional.

Por causa da infecção e dos medicamentos que precisou tomar, Kathyanne só conseguiu amamentar a filha três dias após o nascimento. Por meio de nota, a Secretaria de Saúde da Serra informou que a laceração é comum em 11% dos partos normais e acontece por conta do tamanho do bebê. A secretaria alegou também que o fato não há relação com o esforço da médica responsável pelo parto.

Denúncias de superlotação

Em março deste ano, a Rede Vitória divulgou fotos, tiradas por funcionários da Maternidade de Carapina, que mostravam gestantes atendidas no chão logo depois de dar à luz, berços remendados com esparadrapo e leitos nos corredores por causa da superlotação. 

Na época, a gerente-geral da unidade, Maria José da Costa Mendes, se pronunciou e disse que na maternidade, que funciona em um novo prédio, há equipamentos novos e berços suficientes para todos os bebês. 

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