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Greve: servidores do Hucam e da Ufes têm ponto cortado

Os técnicos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e do Hospital das Clínicas (Hucam) vão ter o ponto cortado por sugestão do Ministério Público Federal. A greve da categoria tem prejudicado quem precisa de atendimento no hospital. 

A mãe da dona de casa Eva Eliane Rolin está internada no Hospital das Clínicas há 15 dias, com problema nos rins. Ela diz que a mãe é prejudicada pela greve que já dura 23 dias. “Alguns funcionários mandaram eu pedir o remédio para a Dilma, porque não tem no hospital”, afirma.

A população mais pobre, que precisa do atendimento público de saúde, é quem mais sofre com a greve dos técnicos do Hucam e da Ufes. O movimento é nacional em pelo menos 30 Universidades Federais no país, segundo os grevistas. No Hucam, só 60% das consultas estão sendo feitas nos ambulatórios. 

Na UTI, faltam funcionários e por isso pacientes não foram atendidos. “Tivemos que suspender algumas cirurgias, porque não há leito suficiente”, explicou o superintendente do Hucam, Luiz Alberto Sobral.

O Ministério Público Federal recomendou tanto a Ufes quanto ao Hospital das Clínicas, que cortassem o ponto dos funcionários em greve. Isso porque eles não estariam cumprindo o mínimo de serviço essencial, como diz a lei de greve. No caso do Hucam a punição já acontece. “Estamos respeitando a recomendação. Desde o início da greve já estamos cortando o ponto dos funcionários’, afirma Sobral.

Os membros do comando de greve estavam reunidos na tarde desta quinta-feira (10), mas ninguém quis falar com a imprensa. Na Ufes a administração central informou que recebeu a recomendação do Ministério Público e a encaminhou para as chefias da universidade.

A grande questão é que simplesmente não existe uma lei que regule greves de servidores públicos. Usa-se uma decisão do Supremo Tribunal Federal, para que a lei de greve da iniciativa privada seja aplicada no serviço publico, mas no que for possível. É o que diz o advogado trabalhista Nilson Gáudio. E essas greves esbarram num princípio constitucional. “A greve nas empresas é contra a empresa, no serviço público é contra o povo e pela constituição o bem maior da nação é o povo”, explica.

Servidores estaduais
O governo do Espírito Santo se comprometeu a responder as reivindicações dos servidores públicos, que estavam em greve até a última quarta-feira (9), até os próximos dez dias. Esse foi o tempo definido para análise da pauta dos servidores. A informação é do Sindicato dos Servidores Públicos do Espírito Santo (Sindipúblicos-ES). 

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