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Municípios vão reforçar segurança e orientar motoristas na Terceira Ponte

As prefeituras de Vitória e Vila Velha vão reforçar a fiscalização e orientar os motoristas que passam pela Terceira Ponte. A expectativa é de que o fluxo de veículos aumente na região em decorrência da suspensão do pedágio, anunciada pelo governador Renato Casagrande (PSB), na tarde da última terça-feira (22). 

No início da manhã desta quarta-feira (23), o fluxo de veículos seguiu de forma tranquila tanto para quem saía, quanto para aqueles chegavam à capital capixaba. Já em Vila Velha, nos acessos à Terceira Ponte, não teve jeito. O motorista precisou encarar um longo congestionamento na Rua Ceará e na Avenida Carioca. 

Em sua página no Facebook, o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), pediu que os motoristas tenham atenção ao trafegar pelo local e que repassem informações e observações que julgarem importantes que possam auxiliar no melhor atendimento daqueles que transitam pelo local.

O número de agentes da Guarda Municipal de Trânsito de Vitória na região da Praça do Pedágio passará de cinco para sete. Além disso, uma viatura será diponibilizada para a área de acesso à ponte.

Também na manhã desta quarta-feira, o prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda, se reuniu com sua equipe para definir as estratégias que serão adotadas na região. Ao todo, 14 agentes da Guarda de Trânsito e cinco viaturas serão disponibilizadas para orientação dos motoristas no município.

De acordo com o inspetor da Guarda de Trânsito de Vila Velha, Iuri da Silva, ainda não é possível estimar o percentual de aumento de veículos na região. "Hoje (quarta-feira) tivemos um aumento considerável, já que muitas pessoas que passavam pela segunda ponte, para não pagar pedágio, optou por passar por aqui. A expectativa é de que o fluxo aumente ainda mais nos próximos dias".

Decreto

Na última terça-feira (22), a Assembleia Legislativa (Ales) recebeu um Decreto que solicitava a suspensão imediata do pedágio da Terceira Ponte. O pedido foi apresentado pelo deputado Euclério Sampaio (PDT). Mas o decreto acabou ofuscado pela anúncio do governador, por volta das 14 horas, suspendendo o pedágio. 

Ainda na terça-feira, o presidente da Ales, deputado Theodorico Ferraço (DEM), informou que audiências públicas serão realizadas com a finalidade de ouvir os ténicos do Tribunal de Contas do Estado responsáveis pela elaboração da auditoria.

Rodosol se beneficiou em quase R$ 800 milhões no contrato da Terceira Ponte

Durante a divulgação dos trabalhos, na última quarta-feira (16), o órgão sugeriu que o contrato fosse suspenso, já que o valor para a construção da ponte já tinha sido quitado. Ao todo, a empresa se beneficiou de quase R$ 800 milhões com o contrato ao longo dos 15 anos. “Houve um entendimento de que, devido à falta de projeto básico e outras coisas, a licitação poderia ser anulada”, explicou o presidente do TCE-ES, Domingos Taufner.

A equipe técnica do TCE-ES constatou que desde o lançamento do edital da concorrência pública havia sobrepreço no valor máximo do pedágio da ponte. O valor inicial, que foi de até R$ 0,95, deveria ter sido de até R$ 0,91, de acordo com o relatório apresentado.

A equipe também apontou vários problemas na licitação, como elementos insuficientes no Projeto Básico apresentado pela Rodosol. O relatório ainda fala sobre obras realizadas com qualidade inferior à contratada, incluindo problemas de ordem técnica de engenharia desde a sua origem.

Rodosol diz que relatório é irresponsável e equivocado

A Rodosol rebateu o relatório da primeira etapa da auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES) divulgado nesta quarta-feira (16). Por meio de nota, a concessionária classificou o documento, apresentado pelo TCE, como irresponsável, equivocado e desprovido de fundamentação técnica e jurídica. Considerou ainda os valores apontados pelo Tribunal de Contas como absurdos e irreais.

A nota da Rodosol ainda diz que “com certeza, o conselheiro Sebastião Ranna e outras autoridades não vão concordar com este relatório”. A empresa entende que os números apresentados pelo órgão não correspondem à realidade.

A Agência Reguladora de Saneamento Básico e Infraestrutura Viária do Espírito Santo (Arsi) confirmou o recebimento a documentação do TCES, mas também informou que só se manifestará após a análise do conteúdo.

Contrato

O Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCE-ES) sugeriu que o contrato fosse suspenso, já que o valor para a contrução da ponte já tinha sido quitado. Ao todo, a empresa se beneficiou de quase R$ 800 milhões com o contrato ao longo dos 15 anos. 

Redução do pedágio

O valor do pedágio da Terceira Ponte para veículos de passeio caiu de R$ 1,90 para R$ 0,80 em julho do ano passado. Já para motos, a tarifa passou de R$ 0,90 para R$ 0,40 e, para caminhões leves, a tarifa de R$ 3,80 foi reduzida para R$ 1,60. Com a apresentação do relatório inicial, a manutenção das tarifas fica por conta do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. 

Manifestação 

A redução da tarifa aconteceu após as diversas manifestações que aconteceram na Grande Vitória pedindo o fim da cobrança do pedágio. Na maior delas, 100 mil capixabas foram às ruas para protestar e exigir o fim da cobrança do pedágio. Durante a passeata, a população tomou conta da via e no final do ato houve quebra-quebra e destruíção. 

Auditoria

O Tribunal de Contas do Espírito Santo deu início à auditoria do contrato entre a Rodosol e o Governo do Estado em agosto de 2013. A conclusão dos trabalhos chegou a ser adiada várias vezes e acabou sendo divulgado nesta quarta-feira. 

Quebra-quebra

Durantes os vários protestos, as cabines do pedágio foram destruídas por vândalos que se infiltraram na manifestação. O pedágio foi suspenso durante o processo de reconstrução das cancelas e equipamentos da empresa. A concessionária que administra a via chegou a colocar telas de proteção para evitar novas destruições. 

Na Assembleia 

Os deputados estaduais chegaram a discutir a possibilidade de o Governo romper o contrato com a Rodosol para acabar com o pedágio da Terceira Ponte. Na época, a alegação era de que a construção da via já estava quitada. Após vários debates, o projeto acabou sendo arquivado por inconstitucionalidade.

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