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Mais de 70% das escolas sem aula após greve de professores estaduais

     Após uma manifestação na Praça Duque de Caxias, em Vila Velha, na manhã desta segunda-feira (14), os professores estaduais em greve prometem novos protestos ainda nesta semana. Ônibus vindos do interior do Espírito Santo devem vir no feriado da semana santa para realizarem mais protestos. Com a paralisação, a estimativa é que 70% das escolas estejam sem aula.

Os professores estaduais entraram em greve nesta segunda (14) e reivindicam reposição salarial das perdas da inflação, o respeito à lei do piso, a votação para diretores e coordenadores de escolas feitos pela própria comunidade escolar e a reestruturação dos planos de carreira. A pauta tem 14 pontos.

Nesta terça-feira (15), os professores farão um ato na Praça do Cauê, no bairro Ilha de Santa Maria, em Vitória, a partir das 8h30. Os coordenadores do protesto não souberam informar se haverá passeata ou não.

O Sindicato dos Trabalhadores na Educação do Espírito Santo (Sindiupes) diz que o governo não negocia nem dialoga com a categoria. "O governo não aceita conversar com os professores. O Espírito Santo sequer repassa a inflação nos salários dos professores. Este ano o reajuste foi de 4,5% enquanto a inflação foi de 6%", diz o diretor de organização do Sindiupes, Marcelo Castro.

O governo diz que mantém diálogo constante com a categoria. "Tanto a Sedu quanto a Seger realizam reuniões periódicas com o sindicato. Algumas pautas, inclusive, já foram resolvidas e outras, como o plano de carreira de professor, estão encaminhadas para análise já que demandam mais tempo", afirma o secretário de educação do Espírito Santo, Klinger Marcos Barbosa Alves.

De acordo com a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), a remuneração de um professor com nível superior é de R$ 1.982,55 para uma carga horária de 25 horas por semana.

Cronologia da greve

>> Em março, a categoria entregou uma pauta de reivindicações aos deputados estaduais. Os professores exigem o cumprimento da lei do piso, carreira e jornada; investimento dos royalties de petróleo na valorização da categoria; votação imediata do Plano Nacional de Educação e a destinação de 10% do PIB para a educação pública; e contra a proposta dos governadores de reajuste do piso somente pelo índice da inflação.

>> No dia 17 março, um protesto realizado pelos professores terminou em conflito com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Serra. Os docentes foram às ruas pedir mais valorização da classe. A polícia exigia que os professores ocupassem apenas uma faixa da via. Com a recusa do grupo, a polícia usou spray de pimenta e gás lacrimogêneo.

>> No dia 18 de março, mais de 5 mil professores se reuniram em frente à Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) em uma nova manifestação. Os manifestantes atravessaram a Terceira Ponte e, em seguida, foram para o Hortomercado, em Vitória, onde se reuniram com profissionais de diversos municípios capixabas.

>> Em 8 de abril, após uma assembleia, os profissionais decidiram entrar em greve e pararam o trânsito. Eles se concentraram na Praça Getúlio Vargas, na Capital, e seguiram em caminhada até o Palácio Anchieta.

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