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Professores estaduais mantém greve e sindicato pode ter contas bloqueadas pela Justiça

Justiça condenou sindicato a pagar mais de R$ 650 mil Foto: Reprodução/Ninja ES

Após a decisão do desembargador Carlos Henrique Rios do Amaral, sobre a ilegalidade da greve dos professores estaduais, na última quinta-feira (15), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) tem até o dia 3 de junho para pagar a multa estipulada pela Justiça, que é de R$ 651.084,36. Caso a multa não seja quitada até a data limite, a Justiça pode bloquear as contas do sindicato para garantir o pagamento.

O valor corresponde à penalidade de R$ 20 mil por dia de greve, que começou no dia 14 de abril. De acordo com a Procuradoria Geral do Estado, nesta sexta-feira (16) completa 32 dias de paralisação. A greve foi decretada ilegal antes mesmo dos professores começarem o movimento.

A categoria afirma, porém, que continua em greve e uma nova assembleia está marcada na próxima quarta-feira (21) para discutir os rumos da greve. Na última reunião entre o governo e categoria, mediada pelo Ministério Público Estadual (MPE), não houve acordo, mas o governo ofereceu desistir da multa caso os professores voltassem ao trabalho.

Sem acordo, os professores afirmaram continuar com a paralisação. "As propostas do governo foram muito evasivas. O sindicato não aceita o modo como o governo está lidando com a greve", disse o diretor do Sindiupes, Gean Carlos Nunes.

O governo afirma que mantém diálogo com a categoria, mas a reivindicação que causa polêmica, a da reposição inflacionária, não teve avanços. "Nós estamos empenhados em atender as demandas dos professores dentro da legalidade”, disse o secretário estadual de Educação, Klinger Barbosa, ao jornal online Folha Vitória, em 14 de abril.

Na Justiça, o Sindiupes ainda pode recorrer da decisão, mas procurado pelo jornal online Folha Vitória, o advogado do Sindicato, Pedro Augusto Azeredo Carvalho, informou que ainda não havia analisado a liminar e que vai se pronunciar na próxima segunda-feira (19).

Greve na educação

Último protesto reuniu 1 mil em Vitória Foto: Reprodução

A greve dos professores estaduais completou 32 dias nesta sexta-feira (16). Entre as reivindicações, estão eleições diretas para diretores das escolas, que atualmente são feitas por indicações, a reformulação do estatuto do magistério e a reposição das perdas salariais, que é a pauta mais polêmica. Os professores dizem que o salário está defasado em dez anos. O governo afirma que já ofereceu aumento aos professores, de 4,5%, e que não pode conceder novo reajuste, devido à Lei Eleitoral, que proíbe aumento salarial para servidores públicos seis meses antes das eleições.

De lá para cá, vários protestos aconteceram. O trânsito ficou parado por diversas vezes e importantes vias da Capital ficaram completamente paradas. No último protesto, cerca de 1 mil professores saíram em passeata da praça de do bairro Jucutuquara, em Vitória, até a sede do governo Estadual, o Palácio Anchieta. O trânsito ficou completamente bloqueado por mais de uma hora.

Durante a greve estadual, foi a vez dos professores municipais cruzarem os braços. Desde meados de abril, professores de Cariacica e de Vitória, também entraram em greve. Nesta sexta-feira (16), os professores de Vila Velha cruzaram os braços. As reivindicações em ambos os municípios esbarram em reposição inflacionária ou reajuste salarial, além de outras demandas.

De braços cruzados até segunda ordem

A última assembleia dos professores estaduais aconteceu na manhã desta quinta-feira (15) e os professores decidiram manter a greve por tempo indeterminado. A categoria afirmava que as propostas apresentadas pelo governo foram evasivas. Uma nova assembleia está marcada para a próxima quarta-feira (21) para decidir os rumos da greve, porém, até lá, até novas manifestações podem acontecer até a nova assembleia, segundo o Sindiupes.

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