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Termina manifestação de professores que reuniu 700 e complicou o trânsito em Vitória

 Foto: Reprodução / Site Mídia Ninja ES Cerca de 700 professores estaduais em greve pararam o trânsito em alguns pontos de Vitória em mais uma manifestação, na tarde desta quarta-feira (7). As informações são da Central de Videomonitoramento da Prefeitura de Vitória. O destino final do ato foi a Secretaria do Estado da Educação (Sedu).

Às 12h30, o trânsito estava complicado na Avenida Vitória, na altura do cruzamento com a Avenida Leitão da Silva. Os manifestantes interditaram todas as faixas da via no sentido Centro - Reta da Penha. Uma alternativa para os motoristas foi trafegar pela Avenida Beira-Mar ou passar pelo bairro Maruípe. Uma hora depois, os professores se dispersaram e encerraram o protesto. O trânsito já fluía sem complicações na região.

A categoria esteve em uma nova assembleia durante toda a manhã desta quarta-feira (7), na sede do Sindicato dos Bancários, ao lado do colégio Salesiano, em Vitória. Foi decidido que a greve continua por tempo indeterminado e os professores seguiram em passeata com cartazes, faixas e carro de som.

Com bandeiras e apitos, ao chegar à sede da Sedu, na Avenida Cezar Hilal, em Vitória, alguns professores entraram no órgão e realizaram um apitaço. A Sedu informou que não houve danos ao patrimônio público durante a manifestação.

Nesta quarta-feira (7), a greve dos professores estaduais completa 23 dias corridos e os alunos do Estado estão prejudicados com 17 dias letivos sem aula. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), cerca de 25% das escolas estão parcial ou totalmente sem aulas.

Em nota, o Governo disse que está aberto ao diálogo com a categoria para assegurar o compromisso fundamental com a educação. A Sedu disse também que fez uma consulta ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para avaliar a possibilidade de concessão de reajuste no período eleitoral e aguarda a resposta. Outras demandas que não têm impedimentos legais estão em negociação.

Viaturas da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Vitória acompanharam a manifestação que não registrou nenhuma ocorrência de tumulto.

Professores municipais também de braços cruzados

 Foto: Reprodução / Ninja ES Na última segunda-feira (5), os professores da rede municipal de Cariacica também entraram em greve. A categoria fez um protesto no município. Já os professores da rede municipal de Vitória entraram em greve no dia 24 de abril. Os professores de Vila Velha também estão de braços cruzados.

Os protestos

Têm sido frequentes as manifestações dos professores estaduais em greve, normalmente após assembleias e no início da tarde. Os protestos acontecem principalmente em Vitória, mas também há registros de manifestações no interior do Estado. No último grande protesto, 1 mil professores saíram em passeata do ginásio Álvares Cabral para o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) em manifestação contra a liminar da Justiça que decretou a greve da categoria ilegal.

Reivindicações

A pauta de reivindicações dos professores estaduais em greve possui 14 pontos. Dentre eles está a reposição inflacionária na folha de pagamento, aumento no auxílio alimentação, além de mais investimentos do governo na área da educação.

O ponto que gera mais atrito entre governo e categoria é a reposição inflacionária. Os professores pedem, pelo menos, o aumento de 5,91%, o que corresponde à inflação calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No início do ano, o governo concedeu aumento de 4,5% e diz que não tem como conceder aumento devido à lei eleitoral que proíbe o governo de conceder aumento seis meses antes das eleições. Com o impasse, governo e professores não chegam a um acordo.

Cronologia da greve

>> Em março, a categoria entregou uma pauta de reivindicações aos deputados estaduais. Os professores exigem o cumprimento da lei do piso, carreira e jornada; investimento dos royalties de petróleo na valorização da categoria; votação imediata do Plano Nacional de Educação e a destinação de 10% do PIB para a educação pública; e contra a proposta dos governadores de reajuste do piso somente pelo índice da inflação.

>> No dia 17 março, um protesto realizado pelos professores terminou em conflito com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Serra. Os docentes foram às ruas pedir mais valorização da classe. A polícia exigia que os professores ocupassem apenas uma faixa da via. Com a recusa do grupo, a polícia usou spray de pimenta e gás lacrimogêneo.

>> No dia 18 de março, mais de 5 mil professores se reuniram em frente à Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) em uma nova manifestação. Os manifestantes atravessaram a Terceira Ponte e, em seguida, foram para o Hortomercado, em Vitória, onde se reuniram com profissionais de diversos municípios capixabas.

>> Em 8 de abril, após uma assembleia, os profissionais decidiram entrar em greve e pararam o trânsito. Eles se concentraram na Praça Getúlio Vargas, na Capital, e seguiram em caminhada até o Palácio Anchieta.

>> No dia 22 de abril, a categoria se reuniu com o governo do Estado para discutir as pautas de reivindicações dos professores. A reunião não chegou a nenhum acordo. O Sindiupes diz que o governo não apresentou nenhuma proposta para o fim da paralisação.

>> Na quarta-feira (23), a categoria decidiu em assembleia que a greve continua por tempo indeterminado. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, cerca de 70% das escolas estaduais estão sem aulas com a paralisação dos professores.

>> Em 29 de abril, os professores realizaram uma nova assembleia onde foi decidido que a greve continua por tempo indeterminado e um novo protesto aconteceu. A manifestação reuniu cerca de 300 manifestantes, de acordo com a central de videomonitoramento de Vitória, e percorreu a avenida Vitória, Beira-Mar, até chegar ao Palácio Anchieta, em Vitória.

>> No dia 30 de abril, quando a greve completa 22 dias, cerca de 500 professores fizeram mais uma passeata e interditaram o trânsito em diversas vias da Capital. Com carro de som e faixas, os manifestantes passaram pela Praça do Papa, na sede da prefeitura de Vitória e terminaram a passeata no Palácio Anchieta.

>> Reuniões aconteceram na última terça-feira (6) em municípios e nesta quarta-feira (7), em nova assembleia, foi decidido que a greve continuaria por tempo indeterminado.

>> Ainda na quarta-feira (7), os professores realizaram uma manifestação que reuniu 700 pessoas e complicou vários pontos de vias importantes da Capital. A manifestação terminou na Secretaria de Estado da Educação (Sedu), na Avenida Vitória.

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