Geral

Casos de leptospirose até julho deste ano já superam todo o ano de 2013 no ES

De janeiro a junho de 2014, foram confirmados 182 casos de leptospirose no ES, 35 casos a mais que em todo o ano de 2013. Sesa atribui aumento nos casos às chuvas de dezembro

A leptospirose é contraída quando uma pessoa entra em contato com água contaminada com a urina e fezes dos roedores Foto: Arquivo/TV Vitória

Só nos seis primeiros meses de 2014, a Secretaria do Estado do Espírito Santo (Sesa) registrou aumento no número de pessoas que contraíram leptospirose no Espírito Santo. De janeiro a junho de 2014, foram confirmados 182 casos de leptospirose no Espírito Santo, 35 casos a mais do que em todo o ano de 2013.

A leptospirose é contraída quando uma pessoa entra em contato com água contaminada com a urina e fezes dos roedores. ​​"A bactéria entra através da pele e é importante falar que não é só não pele lesada, mas na pela íntegra também. Então é importante preservar a pele para ela não entrar em contato com a água que pode estar contaminada", afirma a coordenadora de vigilância em saúde estadual da Sesa, Gilsa Rodrigues.

Para a coordenadora, o motivo que fez aumentar os números, foram as enchentes no final do ano passado, que deixaram vários municípios debaixo d’água. "Claramente o período de enchentes que tivemos no início das chuvas aumentou a sensibilidade dos profissionais para notificação e a gente conseguiu colocar no nosso sistema de informação um número mais real do que aconteceu", conta.

Não há vacinas para prevenir a doença e o tratamento é todo feito com antibióticos. Se não for tratada, a leptospirose pode até matar. Os sintomas são muito parecidos com os de outras doenças, como a dengue, o que exige maior atenção. Por isso quem teve contato com água suja precisa procurar o posto de saúde mais próximo quando os sintomas aparecerem.

Agora recuperada, a operadora de caixa Bruna de Souza Alves, que teve a casa invadida pela água em dezembro, contraiu a doença. "Meu bairro ficou alagado e eu acabei tendo contato com a água contaminada", diz.

A Sesa ressalta a importância da prevenção: "Muitas pessoas apresentam essa doença mesmo não tendo contato com a enchente e sim limpando o esgoto e o quintal, tirando entulhos... Ás vezes a pessoa estava fazendo essa atividade e depois apresenta febre, dor no corpo, mal estar. Na presença de um serviço de saúde, a pessoa precisa dizer que fez uma atividade dessas para que o profissional associe a leptospirose ao diagnóstico", completa.

PM pode ter morrido de leptospirose

Fábio Junior, de 33 anos, começou a sentir os sintomas há duas semanas, mas não resistiu Foto: TV Vitória

A morte de um policial, na noite da última quinta-feira (24), reacendeu a discussão sobre a doença. O policial Fábio Junior, de 33 anos, começou a sentir os primeiros sintomas no dia 7 deste mês, quando procurou o Hospital da Polícia Militar pela primeira vez.

Ao chegar à unidade de saúde, o soldado foi diagnosticado, medicado e liberado para ir para casa. Dois dias após os sintomas, retornou ao HPM e, como não havia leitos, foi encaminhado para casa pela segunda vez. No mesmo dia, ele procurou o Pronto Atendimento da Praia do Suá, em Vitória, onde foi internado.

Até a noite desta sexta-feira (25), o corpo de Junior ainda não havia sido liberado pelo Instituto Médio Legal (IML) de Vitória. O enterro acontecerá após a liberação do corpo.

Pontos moeda