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MPES pede condenação de médicos pela morte de menina de 10 anos em Linhares

A denúncia será analisada agora pelo Poder Judiciário, a quem compete o processamento da causa. Caso seja confirmada a denúncia do MPES, os médicos serão levados ao Júri Popular

Bárbara sofria de cardiopatia congênita, que é uma anormalidade na função do coração Foto: Divulgação

O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) pediu a condenação dos médicos que são acusados pela família de negligenciar atendimento à menina de 10 anos que morreu no último dia 10 após ser levada para um hospital de Linhares, no Norte do Estado.

O MPES, por meio da 2ª Promotoria Criminal de Linhares, que atua em crimes dolosos contra a vida, informou que ofereceu denúncia contra três médicos. Eles são acusados de prática de crime de homicídio qualificado (doloso) pela morte da menina Bárbara Agostinho Coutinho, de 10 anos de idade.

Segundo informações passadas pela mãe de Bárbara, quando chegou ao Hospital Geral de Linhares (HGL), no dia 10 de agosto, a família foi informada que não havia pediatra de plantão para atender a criança. Por isso, a menina foi socorrida por um neurocirurgião.

A criança foi levada para o hospital após ter uma crise. Ela sofria de cardiopatia congênita, que é uma anormalidade na função do coração.

A família de Bárbara acusa o hospital de negligência, pois o médico que atendeu a criança teria deixado o hospital às 18 horas do último dia 10, sendo que o plantão só terminaria às 7 horas do dia seguinte (11).

Segundo o MPES, o médico plantonista deveria ter acompanhado a criança, por conta da gravidade do caso. No entanto, ele teria ausentado do plantão sem justificativa e sem informar aos funcionários do HGL.

Outros dois médicos foram chamados para realizar o atendimento, mas teriam negado. De acordo com o depoimento dos familiares, apenas enfermeiros e técnicos de enfermagem tentaram manter a criança viva.

Diante desses fatos, o MPES entendeu que os médicos acusados – o primeiro ao abandonar o plantão, e os demais por não atenderem à situação de emergência – agiram com dolo eventual, situação em que, embora não haja intenção direta de praticar o crime, o agente não se abstém de agir e assume o risco de produzir o resultado, que, neste caso, foi a morte da criança.

A denúncia será analisada agora pelo Poder Judiciário, a quem compete o processamento da causa. Caso seja confirmada a denúncia do MPES, os médicos serão levados ao Júri Popular, a quem compete o julgamento, por se tratar de crime doloso contra a vida.

A redação do Folha Vitória entrou em contato com o Hospital Geral de Linhares no início da noite desta quarta-feira, mas ninguém foi localizado para falar sobre o assunto. 

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